Petroleiros iniciam assembleias que podem levar a greve nacional em dezembro
Categoria cobra avanço no ACT e solução para os equacionamentos da Petros, enquanto aposentados preparam vigília no Rio de Janeiro
247 - Os sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) abriram na terça-feira (2) uma rodada de assembleias decisivas para definir se a categoria entrará em greve nacional por tempo indeterminado a partir de 15 de dezembro. A mobilização ocorre após o encerramento do prazo para que a Petrobras apresentasse uma nova proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e para pontos sensíveis da pauta sindical.
Segundo a FUP, a companhia não respondeu de forma satisfatória às demandas que tratam dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, da negociação do ACT sem cortes ou ajustes fiscais e da defesa de um modelo de Petrobrás alinhado ao interesse público.
A federação informou que, na última quinta-feira (27), reenviou à empresa o pedido de uma proposta concreta para enfrentar o passivo gerado pelos PEDs, considerado de alta urgência pelos trabalhadores devido ao impacto acumulado na renda de aposentados e pensionistas. O movimento sindical também pressiona para que o ACT avance sem medidas que afetem salários, progressões e carreiras, além de reafirmar a rejeição a iniciativas de privatização ou mudanças estratégicas que, segundo a categoria, enfraquecem a estatal.
Vigília dos aposentados
Paralelamente às assembleias, aposentados e pensionistas de diversas regiões do país retomarão, em 11 de dezembro, uma vigília em frente ao edifício-sede da Petrobrás (Edisen), no Rio de Janeiro. O grupo pretende reforçar presencialmente a cobrança por uma solução definitiva para os equacionamentos da Petros, ponto considerado determinante pela FUP para o desfecho das negociações do ACT.
A mobilização permanecerá ativa durante todo o período das tratativas, com representantes regionais acompanhando a evolução das conversas e buscando sensibilizar a direção da estatal para o impacto que os PEDs têm sobre milhares de famílias vinculadas ao sistema de previdência dos petroleiros.
A FUP afirma que segue aberta ao diálogo e aguarda um posicionamento formal da Petrobrás sobre os temas ainda pendentes. O resultado das assembleias em curso deverá orientar a estratégia da categoria para a segunda quinzena de dezembro, período em que poderá ser confirmada ou não a deflagração da greve nacional.



