PF pedirá o indiciamento de Bolsonaro e generais pelo 8/1. Inquérito deve ser concluído em agosto
Apesar das acusações, a Polícia Federal não planeja solicitar a prisão dos indiciados nesta primeira etapa
247 - A Polícia Federal (PF) está prestes a concluir o inquérito que pode resultar no indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro do ano passado, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a CNN Brasil, o relatório final, que será apresentado até agosto, contém evidências suficientes para indiciar também o general ex-ministro Braga Netto, além de outros militares de alta patente.
Ainda conforme a reportagem, apesar das acusações, a PF não planeja solicitar a prisão dos indiciados nesta etapa. Qualquer mudança nesse cenário dependerá do cumprimento de requisitos legais, como a não coação de testemunhas, por exemplo.
Durante a investigação, a PF descobriu que Bolsonaro participou ativamente de discussões sobre uma minuta para um golpe de Estado com seus assessores, chegando a solicitar ajustes no documento. Posteriormente, o ex-mandatário teria enviado a minuta a generais e comandantes das Forças Armadas, na tentativa de convencê-los a apoiar a ação golpista.
Diálogos interceptados revelaram uma discussão entre o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, e o então comandante do Exército, general Freire Gomes, que se mostrava resistente à ideia do golpe. Além disso, gravações mostram o ex-ministro Paulo Sergio Nogueira e o general Augusto Heleno, ambos também sob investigação, debatendo com Bolsonaro estratégias para mantê-lo no poder.
Ainda de acordo com a reportagem, “o relatório final da Polícia Federal deve ainda prever uma cadeia de acontecimentos para demonstrar que outras investigações estão relacionadas à tentativa de golpe de estado, a exemplo da compra e venda de joias no exterior e a fraude no cartão de vacina do ex-presidente e familiares”.
Em fevereiro, Braga Netto e Heleno optaram pelo silêncio durante seus depoimentos à PF, embora ambos tenham negado anteriormente qualquer envolvimento em irregularidades. Na mesma ocasião, Bolsonaro também permaneceu em silêncio, questionando a competência do STF para julgar o caso.
Na semana seguinte, Bolsonaro abordou o assunto em um evento em São Paulo, minimizando as acusações. “Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, disse na ocasião.
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