Planalto avalia que reaproximação com Trump reduz risco de interferência nas eleições de 2026
Avaliação é de que a normalização das relações com os EUA minimiza riscos de pressões externas
247 - - A estratégia do governo brasileiro de reaproximar-se dos Estados Unidos, ganhou novo peso à medida que auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passaram a enxergar o movimento como um mecanismo para evitar riscos às eleições de 2026. Segundo a Folha de S.Paulo, o Planalto considera indispensável reduzir tensões diplomáticas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para evitar riscos de interferência externa no processo eleitoral
A avaliação é de que, embora a pauta econômica seja o foco oficial das tratativas — como a derrubada de tarifas que ainda atingem cerca de 22% das exportações brasileiras e a retirada das sanções da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes —, a recomposição política com Washington pode funcionar como um fator de equilíbrio institucional no próximo ano.
Por que a relação com Trump ganhou importância para o governo
Para setores do governo, um ambiente diplomático mais estável reduz a possibilidade de reações intempestivas dos Estados Unidos durante o período eleitoral. A preocupação envolve decisões do TSE que possam impactar plataformas digitais e serem interpretadas pelo governo Trump como violação de liberdade de expressão ou prejuízo a empresas americanas.
Ainda de acordo com a reportagem, a leitura é que um canal de diálogo ativo pode atuar como elemento de dissuasão, diminuindo a margem para sanções ou pressões econômicas que afetem o país em um momento politicamente sensível.
Temor de retaliações dos EUA durante decisões do TSE
Integrantes do Planalto citam como hipótese um cenário em que o TSE adote medidas para proteger a integridade do processo eleitoral e, em resposta, Washington decida retaliar o Brasil sob a alegação de defender as empresas de tecnologia ou os princípios de liberdade de expressão. O governo entende que relações reforçadas com Trump podem minimizar possibilidades do gênero ao reduzir o desgaste político bilateral.
Como avançam as negociações entre Brasília e Washington
Ainda não há data definida para a próxima rodada das conversas diplomáticas. Estão previstas reuniões entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio; entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent; e entre o vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável também pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick.
A expectativa inicial do governo brasileiro era avançar ainda este ano, mas o Planalto aguarda resposta formal de Washington. Também está no horizonte um encontro entre Lula e Trump no próximo ano, embora sem confirmação de data.
Agenda internacional de Lula em 2026
O presidente Lula deve manter agenda internacional mais restrita em 2026, por causa do calendário eleitoral. Ele participará apenas das cúpulas consideradas essenciais, como Brics (Índia), G20 (Estados Unidos), COP31 (Turquia), Mercosul (Paraguai) e Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Duas viagens bilaterais também estão previstas: uma visita de Estado à Índia, em fevereiro, que pode ser ampliada para outro país da Ásia, e outra à Alemanha, no fim de abril, quando o Brasil será o país homenageado na Feira de Hannover.



