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PSD e esquerda se alinham para manter prisão de Bacellar

Blocos partidários defendem continuidade da custódia preventiva, mas cenário aponta possível soltura

Rodrigo Bacellar (Foto: Alerj/Divulgação)

247 - O PSD decidiu, após reunião interna realizada na quinta-feira (4), que votará pela manutenção da prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil). No encontro, que contou com a presença do prefeito Eduardo Paes e do deputado federal Pedro Paulo, presidente estadual do PSD, a sigla divulgou nota defendendo que Bacellar permaneça preso enquanto avançam as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal.

Partidos de esquerda — PT, PSB, PCdoB e PSOL — também caminham para fechar voto pela continuidade da custódia. O caso envolve suspeitas de que Bacellar tenha vazado informações sigilosas ao ex-deputado Thiego Santos, conhecido como TH Joias, preso por ligação com o Comando Vermelho. Ao justificar a posição, o PSD afirmou que a apuração dos fatos exige “máxima atenção” e uma “postura firme” do Parlamento fluminense. A sigla, que conta com seis dos 70 deputados da Alerj, sustenta que a manutenção da prisão permitirá que as investigações “possam avançar com independência e o rigor necessários”.

O partido também ressaltou que cabe ao plenário da Alerj deliberar sobre a situação de Bacellar, conforme determinam a Constituição Federal e a Constituição do Estado do Rio, destacando que essa prerrogativa “deve ser exercida com responsabilidade e consciência de suas consequências”.

Parlamentares de esquerda na Assembleia apontam que, ao menos entre suas bancadas, seriam 11 votos favoráveis à manutenção da prisão. Mesmo assim, a soma entre PSD, PT, PSB, PCdoB e PSOL não alcança o número necessário para garantir que Bacellar permaneça detido. Nos bastidores, cresce a avaliação de que a soltura do presidente da Alerj é praticamente inevitável.

A incerteza agora recai sobre um eventual retorno de Bacellar ao comando da Casa, hipótese que divide parlamentares. Com forte influência política e único presidente da Alerj reeleito por unanimidade, ele é o quinto dirigente do Legislativo fluminense a ser preso — o segundo em pleno exercício do mandato.

A expectativa é que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) delibere sobre o tema na sexta-feira (5). O colegiado, presidido pelo deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), aliado direto de Bacellar, deve analisar a comunicação oficial sobre o caso — ponto que a Alerj afirma ainda não ter recebido, mas que o STF e a PF sustentam já ter sido feita.

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