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Quem é a assessora ligada a Lira que foi alvo de operação contra desvio de emendas

Ação da PF investiga suspeitas de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares em Brasília

Mariângela Fialek (Foto: Reprodução / Linkedin)

247 - A Polícia Federal realizou, nesta semana, uma operação para investigar possíveis irregularidades na destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares. Entre os alvos das buscas está Mariângela Fialek, ex-chefe da assessoria parlamentar da Presidência da Câmara dos Deputados durante o período em que Arthur Lira (PP-AL) comandou a Casa, entre março de 2021 e o início de 2024.

Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, Mariângela Fialek teve papel central na articulação e liberação de emendas parlamentares enquanto ocupava um dos cargos mais estratégicos da estrutura da Câmara. Conhecida entre parlamentares pelo apelido de “Tuca”, ela é descrita como a principal operadora do fluxo de recursos destinados a aliados políticos durante a gestão de Lira.

Formada em Direito, Fialek atua há quase 20 anos em funções de assessoramento legislativo e ganhou notoriedade especialmente no período em que vigorava o chamado orçamento secreto. O mecanismo permitia a indicação de emendas sem a identificação do parlamentar responsável e foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2022. À época, Arthur Lira figurava como um dos principais controladores dessas verbas, operacionalizadas por meio das chamadas emendas de relator.

De acordo com relatos de parlamentares, era a ex-assessora quem concentrava os pedidos de liberação de recursos, funcionando como ponto de contato para atender demandas de deputados aliados da presidência da Câmara. Atualmente, Mariângela Fialek está lotada no gabinete da liderança do PP, onde recebe salário de R$ 23.732,92.

Durante a passagem de Lira pelo comando da Câmara, Fialek também acumulou cargos em conselhos fiscais de estatais estratégicas. Ela integrou o Conselho Fiscal da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), frequentemente associada ao chamado “Centrão” pela concentração de recursos indicados por parlamentares. Além disso, ocupou uma cadeira no Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal, instituição cujo comando é exercido por um indicado político de Lira.

Batizada de Operação Transparência, a ação da Polícia Federal busca apurar indícios de desvios e irregularidades na destinação de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares. No âmbito da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Brasília, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal. Procurados, Arthur Lira e Mariângela Fialek não se manifestaram sobre o caso até o momento.

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