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Vorcaro doou apartamento de R$ 4 milhões para “sugar baby” ré por lavagem de dinheiro

Imóvel de luxo na Faria Lima foi repassado à influenciadora Karolina Trainotti

Daniel Vorcaro (Foto: Reprodução/YouTube/CNN Brasil Money)

247 - A transferência de um apartamento de alto padrão na região da Faria Lima, em São Paulo, para a influenciadora Karolina Trainotti, 29 anos, ampliou a atenção sobre o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e já investigado em apurações federais. As informações são do UOL.

O apartamento — avaliado em R$ 4,3 milhões — foi doado a Trainotti, que responde a processo por lavagem de dinheiro em favor de Rowles Magalhães, investigado por tráfico internacional de cocaína. Ela afirma que recebia valores e presentes por ser “sugar baby” do acusado, narrativa que sustenta em sua defesa judicial.

De acordo com o Ministério Público Federal, Karolina teria sido “destinatária dos recursos de origem criminosa que Rowles pretendia omitir”, recebendo R$ 271 mil entre 2020 e 2021. A influenciadora nega irregularidades e alega que os depósitos estavam associados ao relacionamento que mantinha com o acusado. Desde 2023, ela é representada pelo advogado Eugênio Pacelli, que também atua em causas de interesse de Vorcaro.

A doação foi oficializada em dezembro de 2024 sem menção direta ao banqueiro, mas registros indicam que o apartamento havia sido adquirido em 2020 por uma empresa de Vorcaro, a Viking Participações. Em 2024, o imóvel foi transferido para a Super Empreendimentos e Participações, sociedade anônima que concentra bens vinculados ao empresário, incluindo sua residência de R$ 36 milhões em Brasília e o apartamento de R$ 50 milhões onde vive em São Paulo. O grupo já teve como diretor um cunhado do banqueiro.

Moradora do apartamento, Karolina Trainotti mantém cerca de 34 mil seguidores no Instagram e costuma publicar viagens a destinos de luxo, como Sardenha, Míconos e roteiros nacionais. Procurada, ela não respondeu. Seu advogado afirmou que a cliente não comentaria a doação. Vorcaro também não se manifestou.

O banqueiro foi preso preventivamente em novembro sob suspeita de participar de uma fraude envolvendo uma operação de R$ 12 bilhões com o BRB. Ele foi solto 12 dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

A denúncia que envolve Karolina Tramita na Justiça Federal da Bahia e descreve um esquema de dólar-cabo, mecanismo usado por doleiros para movimentar recursos de origem ilícita. As investigações apontam que parte dos valores encaminhados à influenciadora teria vindo do tráfico de cocaína na Europa.

A quebra de sigilo identificou repasses que totalizam R$ 271 mil, incluindo operações encomendadas por Rowles a um doleiro. Segundo relatou o operador, “ele chegava e passava as contas da família dele (…) e da amante, que era a Karolina”. Em mensagens de 2020, ao ser questionado sobre valores necessários, Rowles respondeu: “uns 15 mil daí”, quantia que foi depositada no mesmo dia.

Para o MPF, “a forma como as transações foram realizadas não deixa dúvida acerca da intenção de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores oriundos do tráfico internacional de drogas”. A defesa sustenta que Karolina recebia uma mesada na condição de “sugar baby” e “nunca soube do suposto tráfico de drogas imputado aos corréus”.

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