COP30: líder mundial em tecnologia solar apresenta relatório sobre avanço da descarbonização
Empresa aponta que a energia fotovoltaica é a "chave para redefinir o vínculo entre a civilização humana e a natureza"
247 — A LONGi Green Energy Technology Co., Ltd., gigante chinesa e líder global em tecnologia de energia solar, revelou seu White Paper de Ação Climática 2024-2025 no Brasil, no contexto da COP30. O documento não apenas traça um roteiro ambicioso para alcançar emissões líquidas zero em toda a sua cadeia de valor até 2050, mas também se estabelece como um novo marco de transparência ao se alinhar de forma abrangente com os rigorosos padrões internacionais IFRS S2 e o TPT (Transition Plan Taskforce Disclosure) Framework.
O Vice-Presidente e Diretor de Estratégia e Sustentabilidade da LONGi, HaiMeng Zhang, ressaltou a visão da empresa, afirmando que a energia fotovoltaica (PV) é a "chave para redefinir o vínculo entre a civilização humana e a natureza".
O Plano de Transição: Metas Ousadas e Eletrificação
A estratégia de descarbonização da LONGi concentra-se em cinco dimensões-chave, com foco imediato na redução drástica de suas próprias operações (Escopos 1 e 2) e na transformação de sua extensa cadeia de suprimentos (Escopo 3).
Redução Operacional Acelerada:
A empresa se compromete a alcançar uma redução absoluta de 60% nas emissões de Escopo 1 e 2 até 2030, utilizando 2020 como ano base. Uma vez que a eletricidade comprada representa a maior parte das emissões operacionais (92,0% em 2024), a principal alavanca de mudança é a energia renovável:
- 100% de Eletricidade Renovável: A LONGi, membro do RE100, estabeleceu a meta de atingir 70% de uso de eletricidade renovável até 2027 e 100% até 2028.
- Progresso Atual: Em 2024, a eletricidade renovável já representava 47,5% do consumo total de eletricidade da empresa, um aumento absoluto de 86% desde 2020.
- Eficiência: Esforços contínuos de conservação de energia resultaram em uma queda de 50,8% na intensidade de emissão por unidade de produto na fabricação de wafers e de 41,6% na fabricação de módulos entre 2020 e 2024.
O Desafio da Cadeia de Suprimentos (Escopo 3)
A descarbonização da cadeia de valor, que constitui o Escopo 3, é o maior desafio, pois essas emissões totalizaram 89,6% do total da cadeia de valor da LONGi em 2024.
A meta aprovada pela iniciativa Science Based Targets (SBTi) é reduzir a intensidade das emissões de Escopo 3 em 52% até 2030 por tonelada de bens e serviços adquiridos. As principais fontes de emissão neste escopo são as matérias-primas: polissilício, quadros de alumínio e vidro.
Para atingir este objetivo, a LONGi está implementando estratégias de colaboração e logística verde:
- Engajamento de Fornecedores: A empresa lançou o "Programa de Capacitação de Parceiros Verdes da Cadeia de Suprimentos". Até 2024, mais de 50% dos fornecedores chave de polissilício, vidro e alumínio já utilizam eletricidade renovável (PV local ou green power trading).
- Design Leve: A colaboração com fornecedores impulsionou o design leve. O quadro de vidro duplo do módulo Hi-MO 9, por exemplo, foi reduzido em aproximadamente 0,2 kg por unidade, o que se traduz em uma redução estimada de 2.400 a 3.600 tCO₂e por milhão de módulos produzidos.
- Logística Verde: A empresa priorizou o transporte de baixo carbono (marítimo, ferroviário e fluvial), que em 2024 representou 93% do transporte de saída da LONGi. Projetos piloto em logística inteligente, como o de Chuzhou, reduziram em 80% o tempo ocioso de veículos, economizando cerca de 150.000 litros de combustível.
Inovação Tecnológica e Adaptação a Extremos
A inovação é a força motriz da transição energética da LONGi. Até 2024, os envios cumulativos de produtos fotovoltaicos da empresa já ultrapassaram 500 GW, evitando a emissão de mais de 1,2 bilhão de toneladas de CO₂e.
- Alta Eficiência e Baixa Pegada de Carbono: A LONGi aposta na tecnologia de célula BC (Back Contact) para impulsionar a eficiência. O módulo Hi-MO 9, que usa a segunda geração dessa tecnologia, recebeu certificação de terceiros com uma pegada de carbono inferior a 350 kgCO₂e/kW. Além disso, a eficiência de produção em massa do módulo Hi-MO X10, equipado com HPBC 2.0, chegou a 24,8%.
- Resiliência Climática: Em resposta ao aumento da frequência de eventos climáticos extremos, a LONGi desenvolveu produtos com alta adaptabilidade. O módulo Hi-MO 9, por exemplo, demonstrou em testes de túnel de vento resistir a velocidades de 64,4 m/s (acima da escala nacional máxima). Em testes especializados de impacto de granizo, o módulo resistiu a granizo gigante com diâmetro superior a 45 mm (o dobro do padrão IEC).
- Hidrogênio Verde (Deep Decarbonization): A solução "Green Power + Green Hydrogen" (Energia Verde + Hidrogênio Verde) é fundamental para descarbonizar setores industriais de difícil abatimento, como química e aço. A empresa forneceu 15 conjuntos de eletrolisadores para o Projeto Piloto de Hidrogênio Verde Kuqa da Sinopec, que deve reduzir 485.000 toneladas de CO₂e anualmente.
Governança e Transição Justa
A estrutura de governança climática da LONGi é centrada no Conselho de Administração, com um Comitê de Estratégia e Sustentabilidade responsável pela supervisão.
A empresa está explorando ativamente a adoção de um Preço Interno de Carbono (PIC), inicialmente como um modelo de preço sombra, para integrar os custos climáticos nas decisões operacionais e de investimento. O CFO participa diretamente das principais decisões relacionadas ao clima para garantir que o plano de transição tenha o apoio financeiro necessário.
Em termos de impacto social, a LONGi compromete-se com uma "Transição Justa", garantindo que a ação climática promova a equidade energética:
- Parcerias Globais: A empresa colabora com o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), expandindo projetos de usinas fotovoltaicas e fornecendo treinamento de habilidades no Paquistão e Uzbequistão.
- Colaboração na Indústria: A LONGi participou em 2024 do desenvolvimento e revisão de 48 padrões técnicos externos, incluindo normas para reciclagem de módulos fotovoltaicos e especificações para a cadeia de hidrogênio verde, ajudando a moldar um ecossistema sustentável. A empresa também lançou, juntamente com outros parceiros da cadeia, a Global Solar Sustainable Alliance (GSSA) em 2025.
O White Paper 2024-2025 é, em essência, um "convite para cocriar", buscando uma colaboração ampla para que a indústria solar consolide sua posição na vanguarda da revolução energética global.



