Brasil mantém 2º maior juro real do mundo com Selic a 15%
Decisão do Copom mantém Selic a 15% e juro real do vai a 9,44%. Brasil segue atrás apenas da Turquia em um ranking de 40 países
247 - O Brasil permanece entre as economias com juros reais mais altos do planeta após a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 15% ao ano. Os dados integram levantamento internacional do portal MoneYou e da consultoria Lev Intelligence - que mensura a taxa real descontando a inflação projetada para os 12 meses seguintes - que avalia o comportamento do juro real em 40 países. As informações são da Folha de S. Paulo.
Juro real brasileiro recua, mas país segue entre líderes globais
O juro real do Brasil passou de 9,74% em novembro para 9,44% ao ano em dezembro. Apesar da leve queda, o país continua ocupando a segunda posição no ranking, atrás apenas da Turquia, que registrou juro real de 10,33% no mesmo período.
O cálculo brasileiro combina a Selic mantida em 15% com a projeção de inflação para os próximos 12 meses, que avançou de 3,94% para 4,06%, conforme o boletim Focus do Banco Central.
Brasil supera Rússia, Argentina e México
O levantamento aponta que o juro real brasileiro é superior ao de outros grandes mercados emergentes. Rússia (7,89%), Argentina (7,14%) e México (4,21%) aparecem na sequência dos países com taxa elevada, mas abaixo do patamar nacional. Entre as 40 economias analisadas, a taxa média de juro real é de 1,14% ao ano, o que reforça a distância do Brasil em relação à média global.
Em juros nominais, país ocupa o quarto lugar
Considerando apenas a taxa nominal de juros, sem o ajuste inflacionário, o Brasil permanece em quarto lugar no ranking internacional. A Turquia lidera com 39,5% ao ano, seguida por Argentina (29%) e Rússia (16,5%). Na sequência do Brasil estão Colômbia (9,25%), México (7,25%) e África do Sul (6,75%).
Maioria dos países reduziu juros no período
O relatório indica que 55% das economias analisadas reduziram suas taxas de juros recentemente, enquanto 40% as elevaram e 5% mantiveram os índices estáveis. Para a consultoria responsável pelo levantamento, o Brasil ainda enfrenta incertezas no campo inflacionário, especialmente devido às pressões fiscais. Apesar disso, diversos itens da inflação têm mostrado desaceleração, em linha com a queda global do dólar, que ajuda a aliviar parte das pressões de preços.


