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Alckmin defende redução da Selic: "os juros caindo, a economia floresce"

Vice-presidente afirma, em entrevista ao programa Reconversa, que queda da inflação e do dólar abre espaço para redução da taxa básica de juros

O vice-presidente e Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (Foto: Júlio César Silva/MDIC)

247 - O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o atual cenário econômico cria condições para a redução da taxa Selic. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo e ao advogado Walfrido Warde no programa Reconversa.

Alckmin destacou que a indústria é o setor mais prejudicado pelos juros elevados e reforçou sua confiança em um corte nas próximas decisões do Copom. “Não tem mágica, mas a indústria está se recuperando. E eu estou confiante na questão dos juros”, afirmou, lembrando que o segmento produtivo não conta com mecanismos equivalentes ao Plano Safra, disponível ao agronegócio.

Segundo o vice-presidente, a combinação entre inflação menor, câmbio mais estável e melhora nas condições climáticas deve influenciar positivamente as próximas decisões sobre a Selic. “Acredito que vá começar a cair a taxa de juros. Por quê? O dólar, que estava R$ 6,30, veio para R$ 5,30 ou R$ 5,40”, explicou.

Alckmin também apontou que a forte seca do ano passado pressionou os preços dos alimentos, mas que a situação mudou significativamente em 2025. “O aumento de preços de alimento, tivemos no ano passado a maior seca das últimas décadas. O clima [neste ano] foi ótimo. Super safra, 17% a mais. A inflação está em 4,4%, mas a inflação de alimentos está em 2,5%. Caiu o preço do arroz, feijão, azeite”, afirmou. "Iinflação de comida menor, inflação caindo, dólar caiu… Acredito que os juros devem cair. Os juros caindo, a economia floresce mais rápido”.

O ministro ressaltou ainda a singularidade do momento econômico brasileiro, marcado simultaneamente por baixa inflação e redução do desemprego. “Sempre quando a inflação está baixa, o desemprego está alto. Quando o desemprego está baixo, a inflação está alta. Nós estamos nesse momento com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, com 4,4% de inflação, e caindo. Isso é raro, ter ao mesmo tempo desemprego baixo e inflação baixa”, destacou.

Apesar do otimismo, Alckmin ponderou que o governo precisa manter o foco no equilíbrio fiscal. “Claro que a gente não deve ficar em berço esplêndido. Temos que fazer um esforço fiscal maior, na questão das despesas. Mas o cenário é positivo”, concluiu.

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