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PIB fica estável e Fazenda aponta impacto da Selic a 15%

‘Desaceleração está associada aos impactos defasados da política monetária restritiva’, diz o ministério

Prédio do Ministério da Fazenda em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A atividade econômica brasileira perdeu força no terceiro trimestre de 2025, e o recuo no ritmo de consumo das famílias foi apontado pelo Ministério da Fazenda como um dos fatores centrais para a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados oficiais, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o PIB avançou apenas 0,1% no período, abaixo da expansão de 0,3% registrada entre abril e junho.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (4), a Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda atribuiu esse enfraquecimento à política monetária restritiva. Segundo a avaliação, os impactos defasados dos juros elevados — definidos pelo Banco Central para conter pressões inflacionárias — afetaram diretamente o mercado de trabalho, o crédito e, consequentemente, o gasto das famílias.

De acordo com a pasta, “a desaceleração do consumo está associada ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito no terceiro trimestre, em resposta aos impactos defasados da política monetária restritiva [juros altos, fixados pelo Banco Central para conter as pressões inflacionárias]”.

A SPE ressaltou que, apesar do resultado modesto, o carregamento estatístico acumulado até setembro é de 2,2%, percentual alinhado às projeções iniciais para o crescimento de 2025. Ainda assim, a equipe econômica mantém a expectativa de um avanço marginal no quarto trimestre, impulsionado principalmente por uma melhora no setor de serviços.

A nota oficial também destacou que a tendência de perda de ritmo da economia se intensificou, o que reduz o chamado carry-over — o efeito estatístico que influencia o ponto de partida do crescimento do ano seguinte. Para a Fazenda, o comportamento recente confirma o cenário de desaquecimento projetado para o segundo semestre.

A Secretaria afirmou ainda: “Dessa maneira, não se altera a perspectiva de desaquecimento econômico e de fechamento do hiato [o quanto a economia pode crescer sem gerar pressão inflacionária] desenhada do segundo semestre de 2025 em diante”.

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