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PIB fica estável e cresce 0,1% no 3º trimestre de 2025

Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira

Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

247 - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou leve alta de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (4).

A economia mostrou sinais de desaceleração, mesmo com avanços em áreas como Agropecuária e Indústria. O setor de Serviços, responsável pela maior fatia do PIB, praticamente não se moveu, registrando apenas 0,1% de crescimento. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 3,2 trilhões no período.

A Agropecuária somou R$ 176,2 bilhões, a Indústria R$ 682,2 bilhões e os Serviços R$ 1,9 trilhão em valor adicionado. Apesar da estabilidade geral, a taxa de investimento ficou em 17,3%, ligeiramente abaixo dos 17,4% observados no mesmo trimestre de 2024, enquanto a taxa de poupança repetiu os 14,5% do ano anterior.

Entre as atividades de Serviços, três segmentos puxaram o desempenho positivo: Transporte, armazenagem e correio (2,7%), Informação e comunicação (1,5%) e Atividades imobiliárias (0,8%). Comércio e administração pública cresceram apenas 0,4%, enquanto o conjunto de atividades financeiras recuou 1%. De acordo com Claudia Dionísio, analista das Contas Trimestrais do IBGE, “o grande escoamento de produção de commodities, decorrente do bom desempenho da Extrativa Mineral e da Agropecuária, contribuiu positivamente para a atividade de Transporte, armazenagem e correio”.

No setor industrial, houve alta em Indústrias Extrativas (1,7%), Construção (1,3%) e Transformação (0,3%). Em contrapartida, eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos recuaram 1%. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias ficou praticamente estável, com 0,1%, enquanto o consumo do governo avançou 1,3%. A Formação Bruta de Capital Fixo teve crescimento de 0,9%.

Crescimento de 1,8% na comparação anual

Quando comparado ao terceiro trimestre de 2024, o PIB avançou 1,8%. A Agropecuária foi o grande destaque, com alta de 10,1%, impulsionada por saltos expressivos nas safras de milho (23,5%), laranja (13,5%) e algodão (10,6%). A cana-de-açúcar, porém, recuou 1%.

A Indústria também expandiu 1,7% na comparação anual, beneficiada pelo forte crescimento de 11,9% nas Indústrias Extrativas, especialmente pela maior produção de petróleo e gás. A Construção registrou aumento de 2%. Já as Indústrias de Transformação caíram 0,6% e eletricidade, gás e saneamento recuaram 1%. No setor de Serviços, o avanço foi de 1,3%, com destaque para Informação e comunicação (5,3%), Transporte, armazenagem e correio (4,2%) e Atividades imobiliárias (2%).

Segundo Claudia Dionísio, “as atividades de Agropecuária e Extrativa Mineral, com menor sensibilidade à política monetária contracionista, foram as que tiveram as maiores altas, tanto na comparação interanual quanto no acumulado no ano”. O consumo das famílias cresceu 0,4%, sua 18ª variação positiva consecutiva, apesar de ser o menor avanço desde o início de 2021, ainda durante a pandemia de Covid-19. O consumo do governo subiu 1,8% e a Formação Bruta de Capital Fixo avançou 2,3%.

PIB acumula alta de 2,7% em quatro trimestres

No acumulado dos quatro trimestres encerrados no terceiro trimestre de 2025, o PIB cresceu 2,7% em relação aos quatro trimestres anteriores. Todos os grandes setores registraram expansão: Agropecuária (9,6%), Indústria (1,8%) e Serviços (2,2%).

As Indústrias Extrativas avançaram 4,5%, a Construção 2,5% e a Transformação 1,6%, enquanto eletricidade e saneamento recuaram 2,2%. Nos Serviços, praticamente todos os segmentos mostraram crescimento, com destaque para Informação e comunicação (6,2%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,7%). Transporte, comércio e atividades imobiliárias também apresentaram resultados positivos.

Pela ótica da despesa, o consumo das famílias subiu 2,1%, o consumo do governo 1,2% e a Formação Bruta de Capital Fixo registrou expressiva alta de 6%.

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