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Brasil deve ficar entre as dez maiores economias do mundo até 2030, diz FMI

Projeções do FMI indicam estabilidade do Brasil no ranking mundial

Brasil deve ficar entre as dez maiores economias do mundo até 2030, diz FMI (Foto: Agência Brasil )

247 - O desempenho recente da economia brasileira, ainda que marcado por desaceleração no terceiro trimestre, não deve alterar a posição do país no ranking das maiores economias do planeta até o fim da década. A estimativa aparece nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), que indicam o Brasil estabilizado na 10ª colocação até 2030.

O FMI revisou em outubro suas expectativas para os próximos anos, elevando a projeção de crescimento do Brasil em 2025. O país, que figurava na nona posição em 2023, caiu para o décimo lugar em 2024, movimento explicado por variações cambiais e pela dinâmica econômica de outros países.

O ranking elaborado pelo Fundo combina dados atuais e projeções de Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todos os bens e serviços produzidos — com tendências cambiais de quase todas as economias do mundo. O levantamento detalha a chamada “corrida dos PIBs” até 2030, último ano para o qual o organismo apresenta previsões.

Revisões globais após tensões comerciais

O cenário econômico internacional sofreu impacto direto da guerra comercial deflagrada em abril pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A ofensiva tarifária levou o FMI a reduzir as estimativas de crescimento global para 2025 e 2026 em sua revisão de primavera no Hemisfério Norte.

Já em outubro, o Fundo ajustou levemente para cima a projeção para 2025: de 3%, prevista em julho, para 3,2%. Para 2026, a estimativa de 3,1% foi mantida. Apesar da melhora pontual, os economistas do FMI destacaram que a ausência de acordos comerciais consistentes mantém elevado o nível de incerteza, freando investimentos e, consequentemente, o avanço econômico mundial.

Brasil revisa para cima em 2025, mas reduz projeção para 2026

No caso brasileiro, a projeção de crescimento do PIB para 2025 subiu para 2,4%, ante os 2,3% previstos anteriormente. O ajuste reflete, em parte, o desempenho surpreendente do primeiro trimestre de 2024, impulsionado por uma safra agrícola recorde.

Mesmo assim, o relatório do FMI alerta que “já surgem sinais de moderação em meio a políticas monetária e fiscal restritivas”, indicando um ritmo mais lento à frente. Para 2026, o crescimento projetado caiu de 2,1% para 1,9%.

Estados Unidos e China seguem na liderança

A maior economia do mundo, os Estados Unidos, teve suas previsões revistas para cima: de 1,9% para 2% em 2025 e de 2% para 2,1% em 2026. Segundo o FMI, tarifas efetivas menores do que as inicialmente anunciadas criaram condições financeiras mais favoráveis, reduzindo parte da volatilidade esperada.

Para a China, segunda colocada no ranking, as estimativas de expansão permanecem inalteradas: 4,8% em 2025 e 4,2% em 2026. As projeções refletem a adaptação gradual do país às novas tensões no comércio internacional.

Brasil, Itália e Canadá disputam últimas posições do “top 10”

As projeções até 2030 mostram Brasil, Itália e Canadá alternando-se nas últimas posições entre as dez maiores economias. Italianos e canadenses oscilam entre oitavo e nono lugares, com o Brasil logo atrás.

Apesar da proximidade no ranking, a renda média desses países segue bastante desigual. O FMI calcula que, em 2024, o PIB per capita do Canadá foi de US$ 54.473, enquanto a Itália registrou US$ 40.224. O Brasil, por sua vez, alcançou apenas US$ 10.214, ficando muito distante de seus concorrentes diretos.

Mesmo assim, nenhum dos dois — Itália e Canadá — figura entre os dez países mais ricos do mundo quando considerado somente o PIB per capita. Essa lista é liderada por Luxemburgo, pequeno centro financeiro europeu, cujo indicador chega a US$ 138.634.

Renda brasileira atrás de outros emergentes

O relatório também evidencia que o Brasil continua em desvantagem quando comparado a outras economias emergentes. Países como Chile, México, Rússia e Malásia apresentam desempenho mais robusto em renda per capita, mantendo vantagem frente ao mercado brasileiro.

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