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Lula pede que França e Itália "assumam a responsabilidade" e avalizem acordo Mercosul-União Europeia

Presidente pede que Emmanuel Macron e Giorgia Meloni viabilizem assinatura do tratado em Foz do Iguaçu

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista à Reuters no Palácio da Alvorada, em Brasília 06/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou publicamente, nesta terça-feira, uma posição definitiva da França e da Itália para viabilizar a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O apelo foi feito durante discurso no Conselho de Participação Social, no Palácio do Planalto, em meio à expectativa de que o tratado seja formalizado na cúpula do Mercosul, marcada para sábado, em Foz do Iguaçu.

Segundo O Globo, Lula afirmou que tanto o Mercosul quanto a União Europeia demonstram disposição para concluir o acordo, negociado há pelo menos 26 anos, mas apontou entraves políticos dentro do bloco europeu, sobretudo relacionados à posição do governo francês.

Cobrança direta aos líderes europeus

Ao abordar o impasse, o presidente brasileiro atribuiu a resistência da França às pressões internas de produtores rurais, que temem perda de competitividade frente aos produtos brasileiros. Lula afirmou que esse receio não corresponde à realidade das relações comerciais entre os dois países.

“Neste instante, a União Europeia está disposta a fazer o acordo, o Mercosul está disposto, e surgiu um pequeno problema. O presidente Macron, da França, está muito preocupado com os produtores rurais, que acham que vão perder competitividade na disputa com o Brasil, não estão querendo fazer o acordo agora porque o povo está meio rebelde na França. Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes e estamos cedendo mais do que eles”, disse Lula.

Resistência francesa trava avanço do acordo

A França tem se posicionado de forma contrária à assinatura imediata do tratado e tem pressionado por um adiamento, alegando riscos ao seu setor agrícola. Essa postura tem sido apontada pelo governo brasileiro como o principal obstáculo para a conclusão do acordo, considerado estratégico para ampliar o comércio e a integração entre os dois blocos.

Pressão sobre a Itália e expectativa pela assinatura

Lula também mencionou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Embora o governo italiano seja favorável ao acordo, nos últimos dias houve sinais de hesitação quanto à possibilidade de apoiar um adiamento da assinatura, diante de pressões de outros países da União Europeia.

O presidente brasileiro afirmou esperar que França e Itália assumam responsabilidade política para permitir o avanço do tratado. “Espero que o meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni da Itália, sabe, assumam a responsabilidade de, no sábado agora, eu estou indo para a Foz do Iguaçu fazer uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia, eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo, sabe, de perder competitividade com o povo brasileiro”, declarou.

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