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Macron pede ajustes, mas sinaliza apoio ao acordo UE-Mercosul

Mudança de opinião pode destravar e acelerar a conclusão do acordo. Tarifaço de Trump estaria por trás da guinada francesa

O presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris - 14/07/2025 (Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes)

247 - O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou a empresários e políticos brasileiros que vê com maior abertura o avanço do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. A nova postura francesa surge acompanhada da avaliação de que ainda são necessários ajustes para que o pacto seja concluído.

O encontro, realizado no Palácio do Eliseu na quinta-feira (27), durou cerca de uma hora e meia e foi organizado pelo ex-governador João Doria. Também estiveram presentes outros 60 participantes, entre eles Michel Temer (MDB) e os senadores Eduardo Gomes (PL-TO) e Efraim Filho (União-PB). Todos estavam em Paris para eventos ligados a um fórum de investimentos promovido pelo grupo Lide, fundado por Doria.

De acordo com relato do ex-governador, Macron avaliou que o atual cenário da economia mundial tornou mais favorável a conclusão do acordo entre os dois blocos. Disse que observa o entendimento com bons olhos, embora tenha reiterado a necessidade de ajustes finais. Sem citar diretamente o tema, o presidente francês deixou subentendido que parte dessa revisão decorre das políticas econômicas e comerciais de caráter protecionista adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Historicamente, a França tem sido uma das principais vozes de resistência dentro da União Europeia, especialmente por conta da força do lobby agrícola nacional, que teme a concorrência de produtos vindos do Mercosul. Uma eventual mudança de posição pode, portanto, destravar negociações que avançam lentamente há anos.

Os dois blocos pretendem concluir o acordo ainda neste ano, e a sinalização de Macron é vista como um gesto político capaz de alterar o ritmo das conversas. Se confirmada, a guinada francesa tende a reduzir um dos principais entraves para a conclusão das tratativas, consideradas estratégicas tanto para a Europa quanto para os países sul-americanos.

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