Presidente do Bradesco explica por que está mais otimista com a economia brasileira; entenda os motivos
Marcelo Noronha afirma que carteira de crédito deve avançar 7% e destaca controle do desemprego e atividade mais resiliente
247 – O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou nesta terça-feira que está “mais otimista” sobre a economia brasileira em 2026, projetando expansão mais forte do crédito e um cenário de atividade melhor do que se previa. As declarações foram dadas em evento com jornalistas e publicadas no jornal Valor Econômico.
Segundo Noronha, o estoque de crédito do país deve crescer em torno de 7% no próximo ano — ritmo mais moderado que os 11,9% registrados nos 12 meses até outubro, mas superior às projeções anteriores do próprio banco. “A carteira de crédito eu não acredito que vá ficar no patamar que se tinha previsto no passado mais para 6%. Acredito que ela vai estar mais para 7% de crescimento para o ano de 2026”, afirmou.
O executivo evitou apresentar estimativas específicas para a carteira do Bradesco em 2026. Para 2025, o banco mantém um guidance de crescimento entre 4% e 8%.
PIB, câmbio e inflação: cenário macroeconômico do Bradesco
Durante a conversa, Noronha detalhou as projeções internas da instituição. O banco prevê que o PIB cresça 2% em 2025 e 1,5% em 2026. O desemprego deve permanecer baixo, após o avanço da massa salarial neste ano.
Para o câmbio, a estimativa é de R$ 5,25, enquanto a inflação deve ficar próxima de 3,8%, aproximando-se do teto da meta, de 4,5%, até o fim de 2025.
Noronha também citou projeções da equipe econômica da instituição para o horizonte mais longo da política monetária. “Segundo os nossos economistas, olhando para aquela fórmula conhecida do Banco Central, quando olha para o primeiro trimestre de 2027, a gente já vê uma inflação convergindo ali para 3,2%”, disse.
O presidente do Bradesco destacou ainda a necessidade de o país evitar uma trajetória de dívida/PIB crescente. “Vamos aguardar, naturalmente, todos os movimentos que a gente tem para 2026, com as eleições”, afirmou.
Transformação interna no Bradesco
O executivo também mencionou o avanço do plano de transformação do banco. “Vamos entregando e continuamos crescendo. É isso aqui que a gente vem fazendo e acreditando no futuro da nossa organização, um futuro cada vez melhor”, declarou.
Marcelo Noronha preferiu não comentar a liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central há duas semanas. A medida deve gerar uma conta de R$ 41 bilhões para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).



