Setor de serviços cresce 0,3% em outubro atinge novo recorde histórico
É o nono mês consecutivo de alta
247 - O setor de serviços brasileiro voltou a registrar crescimento em outubro, com alta de 0,3% na comparação com setembro, mantendo uma sequência de nove resultados positivos consecutivos. No período, o avanço acumulado chegou a 3,7%, levando o volume de serviços a um patamar 20,1% superior ao observado antes da pandemia, em fevereiro de 2020, além de renovar o recorde da série histórica.
Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).. Segundo o levantamento, essa é a mais longa sequência de resultados positivos desde o intervalo entre fevereiro e setembro de 2022, quando o setor acumulou crescimento de 5,6%.
Na comparação com outubro do ano anterior, o volume de serviços avançou 2,2%, somando 19 taxas positivas consecutivas nessa base de comparação. O resultado acumulado no ano atingiu 2,8%, mesmo percentual observado no indicador de 12 meses, embora com leve desaceleração frente ao ritmo registrado até setembro, que era de 3,1%.
Todas as cinco grandes atividades pesquisadas apresentaram desempenho positivo em outubro. O principal destaque foi o segmento de transportes, que cresceu 1,0% no mês e alcançou o terceiro resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 2,4%, estabelecendo novo pico histórico. O transporte aéreo e o rodoviário de cargas tiveram papel central nesse desempenho.
“O aéreo tem crescido por conta do maior número de passageiros transportados, o que se reflete em maiores receitas para as companhias aéreas. E o aumento das receitas das empresas de transporte rodoviário de cargas cresce, em grande medida, por conta dos fretes realizados para o escoamento da produção agrícola, que terá safra recorde neste ano, e de entregas oriundas do comércio eletrônico”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Outros segmentos também contribuíram para o resultado positivo do setor. Informação e comunicação avançou 0,3%, embora em ritmo menor do que em setembro. Já o grupo de outros serviços cresceu 0,5%, acumulando o quarto resultado positivo consecutivo e um ganho total de 3,4%. As atividades profissionais e administrativas, assim como os serviços prestados às famílias, tiveram elevação de 0,1% cada, após retração no mês anterior.
De acordo com Rodrigo Lobo, a demanda por tecnologia da informação segue em expansão. “Os serviços de TI, dentro do setor de informação e comunicação, têm sido bastante demandados no pós-pandemia por conta da necessidade de digitalização das empresas. Com aumentos continuados por serviços de armazenamento de dados em nuvem, desenvolvimento e licenciamento de aplicativos, consultoria em tecnologia da informação, tratamento de dados e suporte técnico em TI”, afirmou.
No detalhamento dos transportes, o volume de passageiros cresceu 2,3% entre setembro e outubro, com ajuste sazonal, marcando o terceiro avanço seguido e acumulando alta de 3,2% no período. O segmento já opera 13,1% acima do nível pré-pandemia, embora ainda esteja 13,0% abaixo do ponto mais alto da série, registrado em fevereiro de 2014.
O transporte de cargas também apresentou desempenho positivo, com crescimento de 0,9% em outubro, o quinto resultado positivo consecutivo. O ganho acumulado chegou a 3,7%, mantendo o segmento 41,0% acima do nível de fevereiro de 2020, apesar de ainda permanecer 2,5% abaixo do pico histórico, alcançado em julho de 2023.
“Esses grupamentos de passageiros e de cargas englobam outros modais além do aéreo e do rodoviário. Mas o aéreo de passageiros é que tem sido determinante no segmento de transporte de passageiros e o rodoviário tem tido mais influência nos transportes de cargas”, explicou o gerente da PMS.
As atividades turísticas também apresentaram crescimento, com alta de 0,8% em outubro frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Foi o terceiro resultado positivo consecutivo do segmento, que acumulou ganho de 2,1% nesse intervalo. Com isso, o turismo passou a operar 12,7% acima do nível pré-pandemia e apenas 1,0% abaixo do maior patamar da série, registrado em dezembro de 2024.
“A alta das atividades turísticas ocorre também em função do aumento das receitas das empresas de transporte aéreo de passageiros”, destacou Rodrigo Lobo.
No recorte regional, 13 dos 17 locais pesquisados acompanharam o crescimento nacional do turismo. O maior impacto positivo veio do Rio de Janeiro, com avanço de 3,1%, seguido por Rio Grande do Sul (4,5%), Santa Catarina (3,5%) e Paraná (2,4%). Em sentido oposto, São Paulo apresentou queda de 0,1%, enquanto Amazonas e Goiás recuaram 0,7% e 0,5%, respectivamente.
Considerando o conjunto do setor de serviços, 15 das 27 unidades da federação registraram crescimento em outubro, na comparação com setembro. As contribuições positivas mais relevantes foram observadas no Rio de Janeiro (2,0%) e no Paraná (2,5%), além de Espírito Santo (4,6%), Mato Grosso do Sul (6,3%) e Santa Catarina (1,1%). Já as principais influências negativas vieram de São Paulo (-0,6%), Rio Grande do Sul (-2,9%) e Distrito Federal (-3,9%), seguidos por Mato Grosso (-3,3%) e Minas Gerais (-0,4%).



