“As ideias são um perigo”, diz Alysson Mascaro após perseguição
Jurista relata em entrevista à TV 247 linchamento digital, processo interno na USP e lançamento do livro Crítica do cancelamento. Assista
247 - Um dos principais nomes do marxismo jurídico no Brasil, o professor e jurista Alysson Leandro Mascaro descreve ter sido alvo de uma campanha organizada de difamação e perseguição nas redes, que ele classifica como um verdadeiro calvário. Em entrevista à TV 247, ele relata como acusações sem materialidade se transformaram em um mecanismo para tentar destruí-lo moralmente e afastá-lo da vida acadêmica e pública.
Na entrevista, Mascaro detalha a sequência de ataques que resultaram na abertura de um processo administrativo na Universidade de São Paulo (USP) e na elaboração de seu novo livro, Crítica do cancelamento, da Editora Contracorrente em parceria coma Editora 247, escrito a partir dessa experiência de perseguição e linchamento de reputação. A entrevista foi gravada três dias antes da obscura decisão da USP que levou à demissão do professor.
Mascaro conta que sempre atuou como intelectual comprometido com a luta popular, dialogando não apenas com o ambiente universitário, mas com sindicatos, movimentos sociais e quadros políticos. Segundo ele, suas ideias chegam a presidentes de sindicatos, juízes, promotores, advogados, parlamentares e até ministros.
É nesse contexto que ele sintetiza o motivo da ofensiva contra si: “as ideias são um perigo”.
Ele explica que sua “caneta” não assina contratos milionários nem movimenta fortunas na Faria Lima, mas "orienta a compreensão de um tempo histórico", formando pessoas e influenciando práticas em instituições. Essa capilaridade, aliada a uma linguagem acessível e à recusa da “espetacularização” típica das redes, teria transformado sua atuação em alvo a ser neutralizado.
Antes da escalada mais grave, Mascaro recorda que as primeiras tentativas de deslegitimá-lo eram quase caricatas. Havia quem o atacasse por usar terno e gravata enquanto defendia a transformação social.
Mascaro relata que as narrativas foram levadas para o processo administrativo na USP e também exploradas em reportagem do site The Intercept, dos Estados Unidos. Ele afirma que a publicação atuou como um “órgão do imperialismo”, construindo um enredo de escândalo a partir de situações banais e de uma história central que ele classifica como “a maior calúnia” de toda essa trajetória, uma “mentira redonda, de ponta a ponta”, sem pé nem cabeça. Assista:



