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Queda nas viagens de chineses ao Japão se aprofunda em dezembro e afeta turismo e varejo

Cancelamentos de voos já passam de 900 no mês, após alerta de viagem da China, e setor japonês teme impacto econômico prolongado

Queda nas viagens de chineses ao Japão se aprofunda em dezembro e afeta turismo e varejo (Foto: Global Times)

247 – As viagens aéreas e o turismo de cidadãos chineses para o Japão registraram nova queda acentuada em dezembro, de acordo com dados de companhias aéreas e plataformas de venda de passagens. As informações foram publicadas originalmente pelo Global Times, que detalhou os efeitos do alerta de viagem emitido pela China após declarações da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi sobre Taiwan, consideradas “equivocadas” por Pequim.

O aviso de risco levou a uma reação imediata entre turistas chineses, que passaram a cancelar voos e buscar outros destinos na Ásia. Segundo estatísticas da Umetrip, entre 24 de novembro e 31 de dezembro o número de voos cancelados da China para o Japão cresceu cerca de 56% ante o mês anterior.

Mais de 900 voos cancelados e número crescente de rotas afetadas

O impacto sobre a malha aérea é significativo. De acordo com o Nikkei, das 5.548 operações previstas de China para Japão em dezembro, mais de 900 já foram canceladas — uma taxa de 16%.

As empresas aéreas chinesas foram as que mais reduziram operações. Até a manhã de quinta-feira citada na reportagem, companhias da China haviam cortado 72 rotas, eliminando 904 voos e cerca de 156 mil assentos. O número de cancelamentos triplicou em apenas dois dias, afetando especialmente o Aeroporto Internacional de Kansai, na região de Osaka.

Setor de turismo japonês acende alerta

A preocupação no Japão cresce conforme o fluxo de visitantes chineses diminui. Entre janeiro e outubro de 2025, cerca de 8,2 milhões de turistas chineses visitaram o país, segundo a Organização Nacional de Turismo do Japão, representando uma fatia vital da receita do setor.

A emissora pública CCTV News informou que novas reduções de voos podem agravar ainda mais a queda na demanda, afetando não apenas o turismo, mas também o varejo e serviços dependentes do consumo estrangeiro. O Imperial Hotel Tokyo, por exemplo, informou ao Global Times que “começou a observar adiamentos e cancelamentos de banquetes e acomodações organizados por empresas chinesas”.

Turistas chineses migram para outros destinos asiáticos

Embora o fluxo para o Japão tenha despencado, o interesse por outros países da Ásia cresceu rapidamente. Dados da plataforma de viagens Qunar mostram que, no fim de semana de 15 e 16 de novembro, a Coreia do Sul se tornou o destino internacional mais reservado por viajantes chineses. Na sequência aparecem Tailândia, Malásia, Cingapura, Vietnã e Indonésia.

Seul também liderou as buscas por passagens aéreas até 17 de novembro, seguida por Bangkok. As pesquisas por viagens para Cingapura, Sydney e Bali aumentaram mais de 10% na comparação semanal.

Relações bilaterais deterioradas afetam economia regional

A persistência do desgaste diplomático entre China e Japão preocupa analistas e empresas do setor turístico japonês, que temem um impacto prolongado sobre a economia. Com cancelamentos se acumulando e turistas migrando para destinos concorrentes, o país enfrenta o risco de sofrer perdas significativas no fim de ano e no início de 2026 — período tradicionalmente forte para o turismo asiático.

A tendência de queda, segundo especialistas citados pelo Global Times, deve continuar enquanto durar o impasse político e o alerta oficial do governo chinês, aprofundando os efeitos no comércio, na hotelaria e no varejo japonês.

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