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"Bolsonaro passou de chantageado a chantageador", diz Barbara Destefani, uma das maiores influenciadoras bolsonaristas

Em longo desabafo nas redes sociais, ela revela que ex-presidente vinha sendo pressionado a apoiar Tarcísio de Freitas – e agora virou o jogo

Barbara Destefani, do canal Te Atualizei (Foto: Reprodução)

247 – A influenciadora bolsonarista Barbara Destefani, uma das vozes mais ativas e seguidas do movimento nas redes sociais, com seu canal Te Atualizei, publicou neste sábado um longo comentário sobre a reconfiguração da direita após a escolha de Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República em 2026. Em seu texto, ela afirma que Jair Bolsonaro “passou de chantageado a chantageador”, descrevendo a decisão como uma resposta direta às pressões políticas que, segundo ela, estariam sendo exercidas sobre o ex-presidente.

Em seu post no X (antigo Twitter), Barbara começou relatando o que considera o ponto de partida da crise: a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. “Eu vou tentar explicar o que provavelmente aconteceu: Bolsonaro foi jogado numa cela por um crime que não cometeu e permanecerá lá até acabar as eleições do ano que vem. É o que as matérias de jornais dizem de forma bem tranquila”, escreveu. Segundo ela, o objetivo seria impedir qualquer influência do ex-presidente nas eleições: “A justiça quer impedir que JB tenha qualquer influência nas eleições. Que não eleja seus candidatos. E a naturalidade em que as pessoas aceitaram isso foi assustadora.”

Pressões do centro e o papel de Tarcísio de Freitas

Barbara Destefani argumenta que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, era “o candidato natural, o mais provável e esperado pelo mercado e o nome que o centro irá apoiar”. Porém, segundo ela, Bolsonaro teria sido alvo de pressão política para endossar esse projeto.

“Bolsonaro passou a ser chantageado: se você não anunciar o Tarcísio, esquece a anistia, para você e para todos os outros... ah, quanto tempo ouvimos Hugo Motta dizer que ‘na volta a gente compra’?”, afirmou. Ela acrescenta que “o centro ‘cagou’ no tabuleiro por questões políticas e eleitorais”, provocando reação imediata do ex-presidente: “JB cansou disso e mandou um: Ah é? Então o candidato é o Flávio.”

“De refém a negociador”

Para Barbara, ao anunciar o nome de Flávio Bolsonaro, o ex-presidente mudou a dinâmica das negociações políticas. “De chantageado, passou a chantageador”, escreveu. Segundo ela, caso o Congresso não avance com a anistia aos investigados e condenados por 8 de janeiro, Flávio permanecerá na disputa, dividindo votos da direita — o que, em sua avaliação, pode facilitar a reeleição do presidente Lula.

A influenciadora afirma que esse cenário coloca pressão sobre o centro político, que teria de lidar com “um governo aliado do STF e todas as investigações que a corte tem avançado em cima de partidos de centro, como em destaque, o União Brasil”.

Barbara disse ainda que Flávio já sinalizou disposição para negociar, mas condicionando qualquer diálogo ao avanço da anistia. “Hoje Flávio já avisou que está aberto a negociações e que essa abertura começa com a anistia”, escreveu.

Anistia como “preço” dos votos bolsonaristas

No texto, ela defende que Bolsonaro continua tendo capacidade de influenciar os rumos da política nacional: “Acharam que JB estava morto e impossibilitado de qualquer coisa. Não estava.”

Barbara afirma que os votos da base bolsonarista não serão entregues sem contrapartidas: “Os votos bolsonaristas não serão entregues de graça... O preço cobrado é a liberdade de quem sequer deveria estar preso. Desde idosos e mães de família do dia 8, passando por policiais honrados, generais heróis nacionais até o próprio presidente Bolsonaro.”

“Vamos ver o que acontecerá a partir de agora”

A influenciadora encerra afirmando que a eleição de 2026 depende da militância bolsonarista. “Vamos ver o que acontecerá a partir de agora, sem os votos bolsonaristas, ninguém leva essa eleição. E eles sabem disso. Espero que o Flávio não desista.”

Com essa análise, Barbara Destefani reforça a narrativa de que a indicação de Flávio Bolsonaro não é apenas uma escolha eleitoral, mas parte de um movimento estratégico do clã para retomar protagonismo e pressionar atores do sistema político em torno da anistia e da recomposição de forças na direita brasileira.

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