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Folha critica submissão vexatória de Tarcísio a Bolsonaro

Editorial aponta que governador mantém reverência ao ex-presidente mesmo após seu esvaziamento político e início da pena por tentativa de golpe

Jair Bolsonaro dando carona a Tarcísio de Freitas (Foto: Anderson Riedel/Divulgação)

247 – O jornal Folha de S.Paulo afirmou em editorial que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantém “vexatória reverência ao ex-presidente” Jair Bolsonaro (PL), mesmo diante do esvaziamento político do líder da extrema direita e de sua entrada imediata no regime fechado para cumprir a pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado.

O texto, publicado pela Folha, destaca que a prisão preventiva decretada neste sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou-se o efeito prático da decisão que já era esperada para esta segunda-feira (24), quando se encerrariam os últimos recursos da defesa.

Decisão de Moraes e violação da tornozeleira

Segundo o editorial, Bolsonaro havia pedido para permanecer em prisão domiciliar desde 4 de agosto, alegando riscos de vida decorrentes da idade e de problemas de saúde. Essa hipótese, afirma a Folha, “parece fora da mesa”.

O jornal ressalta que Moraes baseou sua decisão na tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, registrada pelo monitoramento do Distrito Federal. Em vídeo citado pelo editorial, Bolsonaro admite literalmente ter aplicado “ferro quente” no equipamento diante de uma agente distrital.

A Folha afirma que o episódio “fortalece a medida do magistrado”, mencionando como antecedentes as fugas para o exterior dos deputados bolsonaristas Carla Zambelli (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua nos Estados Unidos tentando, segundo o texto, convencer o governo Donald Trump a sabotar o Brasil.

Saúde, custódia e debate sobre a pena

O editorial afirma que as condições de saúde de Bolsonaro, de 70 anos e fragilizado pelo atentado a faca de 2018, serão tema inevitável no STF, já que o Estado deve zelar por quem está sob sua custódia.

O jornal também aponta que permanece aberto o debate sobre a dosimetria da pena, mencionando a possibilidade de o Congresso aperfeiçoar a legislação para evitar sobreposições de crimes que levam a punições consideradas excessivas. O pior cenário, segundo o texto, seria a insistência de aliados em uma anistia ampla, vista pela Folha como “ofensiva ao regime democrático”.

Esvaziamento político e submissão de Tarcísio

A Folha afirma que Bolsonaro já estava politicamente esvaziado antes da prisão, após fracassar “de modo rotundo” na última tentativa de intimidar as instituições brasileiras com o chamado “tarifaço de Trump”.

É nesse contexto que o editorial insere o trecho central destacado por você, Leonardo:

 “Políticos e potenciais presidenciáveis como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantêm vexatória reverência ao ex-presidente, dada a fidelidade de seu amplo eleitorado.”

Segundo o jornal, mesmo com a busca de setores da direita e do centro por alternativas para 2026, Tarcísio segue subordinado ao líder condenado, comportamento descrito como politicamente constrangedor.

Rejeição social ao golpismo

O texto conclui que a sociedade e as instituições democráticas demonstram rejeição ampla ao golpismo. Para o editorial, essa rejeição precisa ser reforçada com o cumprimento da punição ao seu líder.

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