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Ataques a petroleiros no mar Negro elevam tensão e Rússia acusa Ucrânia de sabotar esforços de paz

Maria Zakharova afirma que ofensivas contra navios procuram impedir negociações internacionais para encerrar o conflito

María Zakharova, porta-voz da Chancelaria russa (Foto: Canal Telegram de Zakharova)

247 – A Rússia acusou neste domingo o governo ucraniano de realizar ataques terroristas contra dois petroleiros de bandeira gambiana no mar Negro, além de atingir a infraestrutura do Consórcio de Oleodutos do Cáspio (CPC). As informações foram divulgadas pela Sputnik International, que publicou declarações da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Segundo a agência, Zakharova afirmou que os ataques estão diretamente ligados ao objetivo de impedir uma solução política para a guerra. Em comentário divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, ela declarou literalmente: “Vemos uma conexão direta com tentativas de dificultar os esforços internacionais em curso para alcançar uma paz sustentável.”

Ataques sucessivos a navios e a infraestrutura energética

O petroleiro Kairos pegou fogo na sexta-feira após o que Moscou chamou de “interferência externa”, quando navegava a 28 milhas náuticas da costa da Turquia. Horas mais tarde, o Virat foi atingido a aproximadamente 35 milhas da costa, com 20 tripulantes a bordo, segundo a Sputnik International. No sábado, o mesmo navio teria sido alvo de novo ataque.

Na madrugada de sábado, embarcações não tripuladas também teriam sido usadas em uma ofensiva contra um terminal marítimo do CPC, provocando danos significativos e inutilizando o dispositivo de amarração externa da instalação — um ponto estratégico do corredor energético na região.

Acusações ao Ocidente e alerta para escalada

Zakharova afirmou que os patrocinadores ocidentais da Ucrânia estariam explorando esses ataques para desviar a atenção da população diante da situação “desesperadora” das tropas ucranianas. Em suas palavras, traduzidas literalmente:“Essas são as mesmas forças que antes interromperam o diálogo sobre um acordo. Agora elas não apenas demonstram novamente a incapacidade de negociar e a natureza fantoche da camarilha ucraniana, que perdeu o contato com a realidade, como também buscam abertamente uma escalada armada.”

Moscou pede condenação internacional

A porta-voz afirmou ainda que a Rússia condena os ataques e convocou “todas as partes razoáveis” a denunciar as ações ucranianas, que segundo ela representam uma ameaça direta à liberdade de navegação no mar Negro. Zakharova pediu uma avaliação adequada do que definiu como comportamento “destrutivo” de Kiev.

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