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China anuncia sanções contra empresas militares dos EUA por venda de armas a Taiwan

Pequim afirma que questão de Taiwan é linha vermelha nas relações com Washington e alerta que venda de armas terá custo político e econômico

Sede do Ministério das Relações Exteriores da China (Foto: CGTN)

247 - O governo da China intensificou o discurso diplomático ao comentar as contramedidas anunciadas contra empresas e executivos do setor militar dos Estados Unidos, em resposta às recentes vendas de armas norte-americanas para a região chinesa de Taiwan. Em declaração oficial, o Ministério das Relações Exteriores chinês classificou o tema como central para os interesses estratégicos do país e advertiu que novas provocações não ficarão sem resposta.

As medidas foram divulgadas na sexta-feira (26), por meio de decreto do Ministério das Relações Exteriores da República Popular da China, e comentadas posteriormente por um porta-voz da chancelaria. Segundo o porta-voz, as contramedidas foram adotadas “em resposta ao mais recente anúncio dos Estados Unidos de vendas em larga escala de armas para a região chinesa de Taiwan”. Ele afirmou que a China decidiu agir “de acordo com a Lei da República Popular da China de Combate a Sanções Estrangeiras contra 20 empresas militares dos Estados Unidos e 10 executivos de alto escalão que se envolveram no armamento de Taiwan nos últimos anos”.

No pronunciamento, a chancelaria chinesa elevou o tom ao tratar do status de Taiwan, ressaltando seu peso nas relações bilaterais com Washington. “Reiteramos mais uma vez que a questão de Taiwan está no cerne dos interesses centrais da China e é a primeira linha vermelha que não pode ser ultrapassada nas relações China-EUA”, declarou o porta-voz.

A nota oficial também traz um alerta direto a governos, empresas e indivíduos envolvidos na venda de armamentos para Taiwan. “Qualquer um que tente cruzar essa linha e fazer provocações sobre a questão de Taiwan será confrontado com a firme resposta da China. Qualquer empresa ou indivíduo que se envolva na venda de armas para Taiwan pagará o preço por esse erro”, afirmou.

De acordo com o porta-voz, não há margem para subestimar a posição chinesa. “Nenhum país ou força deve jamais subestimar a determinação, a vontade e a capacidade do governo e do povo chinês de salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial”, acrescentou.

O Ministério das Relações Exteriores voltou a cobrar mudanças na postura dos Estados Unidos em relação a Taiwan, citando compromissos diplomáticos já assumidos por Washington. “A China insta novamente os Estados Unidos a respeitarem o princípio de uma só China e os três comunicados conjuntos China-EUA, a agirem de acordo com o compromisso assumido pelo líder dos EUA, a cessarem os movimentos perigosos de armar Taiwan e a pararem de minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, diz a declaração.

O porta-voz concluiu afirmando que Pequim seguirá adotando medidas firmes diante do que considera interferências externas. “A China continuará a tomar medidas resolutas para defender de forma inabalável a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial”, afirmou.

As sanções anunciadas incluem o congelamento de ativos de empresas e executivos em território chinês, a proibição de transações e cooperação com entidades da China e a negação de vistos e entrada no país, incluindo Hong Kong e Macau. As medidas entraram em vigor imediatamente, reforçando o recado diplomático de Pequim diante da escalada de tensões no Estreito de Taiwan.

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