China reage à venda de armas dos EUA a Taiwan
Governo chinês afirma que decisão dos EUA ameaça a estabilidade no Estreito de Taiwan
247 - A China reagiu duramente nesta quinta-feira (18) ao anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a venda de novos pacotes de armas a Taiwan. Segundo autoridades chinesas, a decisão compromete a paz e a estabilidade regional, além de ferir princípios fundamentais das relações entre Pequim e Washington. As informações são da Sputnik Brasil.
As declarações foram divulgadas após a administração do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na quarta-feira (17) oito novos pacotes de armamentos destinados a Taiwan, com valor total superior a US$ 11 bilhões, cerca de R$ 61,3 bilhões.
Anúncio dos EUA eleva tensão regional
De acordo com Pequim, o envio de armamentos norte-americanos à ilha representa um fator de instabilidade em uma região já marcada por disputas políticas e diplomáticas sensíveis. O governo chinês considera Taiwan parte inalienável de seu território e rejeita qualquer iniciativa externa que envolva cooperação militar com as autoridades locais.
Violação do princípio de Uma Só China
Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, afirmou que o pacote militar anunciado pelos Estados Unidos “viola seriamente o princípio de Uma Só China e os três comunicados conjuntos China–EUA, infringe gravemente a soberania, segurança e integridade territorial da China, mina severamente a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e envia um sinal seriamente errado às forças separatistas da ‘independência de Taiwan’”.
Guo ressaltou que o governo chinês rejeita de forma categórica a decisão de Washington. Segundo ele, “a China se opõe firmemente e condena fortemente isso”, deixando claro que Pequim considera a medida uma afronta direta aos acordos bilaterais firmados ao longo das últimas décadas.
Pequim promete medidas resolutas
O porta-voz afirmou ainda que o país está preparado para reagir. “A China tomará medidas resolutas e vigorosas para salvaguardar sua soberania nacional, segurança e integridade territorial”, declarou.
Em tom enfático, Guo Jiakun reforçou a posição do governo chinês diante do anúncio norte-americano. “Ninguém deve subestimar a firme determinação e forte capacidade do governo chinês e o povo chinês para salvaguardar a soberania nacional e integridade territorial”, disse.
Ao concluir sua declaração, o porta-voz instou diretamente Washington a rever sua política em relação a Taiwan, pedindo que os Estados Unidos “parem imediatamente o perigoso ato de armar Taiwan”, em meio ao aumento das tensões diplomáticas entre as duas potências.

