EUA apresentam plano para reconstruir a Faixa de Gaza como destino turístico de luxo
O “Projeto Sunrise” foi desenvolvido por Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump
Por Opera Mundi - Os Estados Unidos pretendem estabelecer um plano de reconstrução para a Faixa de Gaza que transformaria o local em um destino turístico de alta tecnologia e luxo pelas próximas duas décadas, de acordo com um relatório divulgado na sexta-feira (19/12).
O jornal norte-americano Wall Street Journal, que ouviu fontes próximas ao assunto, informou que o “Projeto Sunrise” foi desenvolvido por Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, e pelo enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, durante os últimos 45 dias. O veículo acrescenta que as autoridades levaram o assunto para potenciais investidores e governos estrangeiros, que incluem a Turquia e o Egito. Os primeiros 10 anos do plano demandariam US$ 112 bilhões (R$ 620 bilhões).
O relatório, que foi divulgado em 32 páginas de slides de PowerPoint, não especifica quais empresas estarão envolvidas na reconstrução do enclave e onde os dois milhões de palestinos ficarão estabelecidos enquanto o projeto estiver sendo implementado.
O texto ainda informa que Washington “se comprometeria a ser uma ‘âncora’ apoiando quase 60 bilhões de dólares em subsídios e garantias sobre dívidas para ‘todas as linhas de trabalho previstas’ nesse período”, enquanto espera que Gaza possa autofinanciar outros projetos nos anos seguintes do plano.
Conforme o documento, a reconstrução de 20 anos seria concluída em quatro etapas, começando no sul com Rafah e Khan Younis, depois os acampamentos centrais, antes de terminar com a Cidade de Gaza.
Em fevereiro deste ano, Trump sugeriu a criação do que chamou de “Riviera do Oriente Médio”, prevendo deslocar os palestinos de suas terras permanentemente. Dezenas de organizações de direitos civis e grupos de defesa, além de governos internacionais, expressaram preocupação com as declarações do republicano e rejeitaram a expulsão dos cidadãos de Gaza. A ideia também foi repudiada por mais de 70 organizações norte-americanas, que encaminharam uma carta ao chefe de Estado pressionando pela arquivação do plano.
(*) Com Telesur



