Guerra comercial de Trump impõe custo alto às famílias dos EUA, alerta Janet Yellen

247 - As políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão gerando efeitos econômicos adversos para a população americana, especialmente para as famílias de baixa e média renda. A avaliação é de Janet Yellen, ex-secretária do Tesouro dos EUA, em entrevista concedida à agência de notícias Bloomberg.

Para Yellen, a chamada “guerra comercial” promovida por Trump contra países como a China e o Vietnã carece de clareza estratégica e prejudica diretamente o consumidor americano, conforme relata a Sputnik. “Acredito que as tarifas que impusemos à China imporão ônus muito significativos às famílias americanas”, afirmou, destacando o impacto inflacionário das medidas protecionistas adotadas pelo atual governo.

A economista criticou a racionalidade da política tarifária de Trump e apontou contradições na imposição de taxas ao Vietnã. “Incentivamos ativamente o Vietnã a começar a produzir bens dos quais dependíamos da China. Para fins de segurança nacional, queríamos a diversificação das cadeias de suprimentos”, observou, classificando como “estranho” penalizar o país asiático com novas tarifas.

No tocante à relação com a China, Yellen afirmou que há espaço para a redução de barreiras comerciais, caso os Estados Unidos iniciem esse movimento. Segundo ela, Pequim estaria disposta a rever suas medidas restritivas se Washington adotasse primeiro uma postura de flexibilização.

Além das críticas diretas às tarifas, a ex-secretária do Tesouro destacou sinais preocupantes nos mercados financeiros. A recente volatilidade no mercado de títulos e a desvalorização do dólar seriam, segundo ela, indicativos claros de uma “perda de confiança” na condução da política econômica.

Desde o início da escalada comercial, as tarifas adicionais aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses chegaram a 125%, patamar que foi replicado por Pequim sobre mercadorias americanas. Recentemente, Washington anunciou uma nova tarifa de 20% contra a China, justificando a medida com base em acusações de que o país asiático não combate adequadamente o tráfico de drogas sintéticas.