Israel intensifica ataques a Gaza em meio ao agravamento da crise humanitária
Bombardeios atingem cidades do norte e do sul da Faixa de Gaza
247 - Ataques israelenses voltaram a atingir a Faixa de Gaza na manhã deste sábado (27), elevando a tensão em um território já marcado por severa crise humanitária. Segundo relatos de emissoras de televisão árabes, aviões de guerra abriram fogo contra a cidade de Gaza, no norte da Faixa, ao mesmo tempo em que operações militares ampliaram a destruição de áreas residenciais.
No leste da cidade de Gaza, forças israelenses realizaram três ações de demolição de prédios habitacionais e detonaram veículos blindados carregados de explosivos nas proximidades do cemitério de Al-Batsh, no bairro de Al-Tuffah. As informações foram divulgadas pela agência Prensa Latina, que acompanha os desdobramentos do conflito no território palestino.
Os ataques também se estenderam ao sul da Faixa de Gaza. Helicópteros de guerra dispararam contra as cidades de Rafah e Khan Yunis, que igualmente foram alvo de tiros provenientes de embarcações da Marinha israelense posicionadas no litoral. A intensificação das ações militares ocorre apesar do cessar-fogo anunciado em 10 de outubro.
Dados oficiais indicam que, desde o início dessa trégua, as Forças Armadas de Israel teriam cometido mais de 870 violações, resultando na morte de mais de 400 palestinos e deixando outros 1.110 feridos. Os números reforçam o impacto humano contínuo do conflito, especialmente entre civis.
Paralelamente aos bombardeios, autoridades locais alertam para o colapso de serviços básicos em decorrência do bloqueio e da falta de combustível. A prefeitura de Rafah informou que pode ser obrigada a reduzir ou até suspender atividades essenciais, incluindo serviços de emergência, devido à escassez de diesel.
O prefeito de Rafah, Ahmed Al-Soufi, afirmou que o município enfrenta sérias dificuldades para manter em funcionamento equipamentos fundamentais, como veículos de sucção de água da chuva e caminhões de coleta de lixo. De acordo com ele, a crise do combustível representa uma ameaça direta à prestação de serviços básicos, sobretudo em áreas de deslocamento e em ruas mais baixas, onde a infraestrutura é precária, o que tende a agravar o sofrimento da população.
Diante desse cenário, o dirigente municipal fez um apelo por intervenção urgente da comunidade internacional, solicitando o fornecimento imediato de combustível à Faixa de Gaza e pressão para que Israel reabra as passagens fronteiriças, consideradas vitais para a entrada de suprimentos e para a mitigação da crise humanitária no território palestino.



