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Japão envia delegação à China em meio a mal-estar por Taiwan

Autoridades chinesas cobram que Tóquio corrija declarações da primeira-ministra Sanae Takaichi e deixe de “criar tensões” envolvendo segurança regional

Nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi (Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

247 - Uma delegação do governo do Japão se reuniu nesta terça-feira (18) em Pequim com autoridades chinesas em uma tentativa de conter o agravamento da crise diplomática causada por declarações da nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre o estreito de Taiwan.

O encontro entre Liu Jinsong, diretor-geral do Departamento de Assuntos Asiáticos do Ministério das Relações Exteriores da China, e Masaki Kanai, diretor-geral de Assuntos da Ásia e Oceania no ministério japonês, foi noticiado pela mídia estatal chinesa CCTV e repercutido no Brasil primeiramente pelo site Brasil de Fato. A China entregou formalmente um protesto aos japoneses, reafirmando que a questão de Taiwan é “preocupação de interesse central”.

As provocações começaram quando a primeira-ministra Takaichi disse, em 7 de novembro, no parlamento japonês, que um eventual uso da força por parte da China continental em Taiwan poderia constituir uma “crise que ameaça a sobrevivência” do Japão — expressão que, se válida, permitiria que as Forças de Autodefesa japonesas exercessem o direito de defesa coletiva.

Pequim exige retratação e acusa Japão de violar o princípio de Uma Só China

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que os comentários de Takaichi “violam gravemente o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais”, além de infringirem o princípio de “Uma Só China” e os quatro documentos políticos entre China e Japão.

 “A parte japonesa deve imediatamente retirar suas observações equivocadas, refletir profundamente e dar ao povo chinês uma explicação clara”, exigiu Mao Ning, conforme noticiado pela agência Xinhua.

No domingo (16), a Guarda Costeira chinesa realizou patrulhas nas Ilhas Diaoyu (Senkaku, para o Japão). Entre 17 e 19 de novembro, o Exército de Libertação Popular (ELP) realiza exercícios com munição real no Mar Amarelo.

Além disso, Pequim protestou contra aprovação dos EUA de US$ 330 milhões em armamento para Taiwan, afirmando que tal ato “viola seriamente o princípio de Uma Só China”.

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