Jeffrey explica por que Trump odeia a China: ele inveja seu sucesso
Para o economista, a ascensão chinesa nos setores de alta tecnologia provocou uma reação hostil dos Estados Unidos
247 – Em vídeo divulgado nas redes sociais, o economista Jeffrey Sachs explicou de forma detalhada por que os Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, passaram a tratar a China como inimiga. Segundo Sachs, a hostilidade não decorre de qualquer ação agressiva de Pequim, mas sim da inveja norte-americana diante do sucesso chinês.
"Eu vejo a China como parte da solução, não do problema", afirmou Sachs. "Os Estados Unidos definitivamente veem a China como parte do problema. Por quê? Porque a China se tornou muito bem-sucedida, só isso." O economista observou que a mudança na retórica oficial norte-americana, de parceiro para adversário e depois inimigo, começou há cerca de dez anos, exatamente no período em que a China consolidava avanços em setores estratégicos.
De acordo com Sachs, o projeto "Made in China 2025", lançado em 2014, definiu dez áreas prioritárias em que o país pretendia liderar até o ano de 2025. "Você sabe o quê? Em muitos desses setores, eles conseguiram", apontou. Entre os êxitos chineses, ele destacou veículos elétricos, cadeias de fornecimento de baterias, transmissão 5.5G, energias renováveis, transmissão elétrica de longa distância e tecnologia nuclear de quarta geração.
"Eu não consigo expressar o quanto os Estados Unidos odeiam o sucesso da China", afirmou Sachs, ao destacar que a irritação norte-americana não se baseia em comportamentos desleais, mas sim na incapacidade de aceitar a competitividade chinesa.
Um alerta para a Índia
Sachs também abordou a ascensão da Índia, alertando que, à medida que o país se desenvolver, poderá enfrentar tratamento semelhante. "Quando a Índia se tornar uma economia muito, muito bem-sucedida, os Estados Unidos não vão gostar da Índia mais do que gostam da China agora. Isso é inevitável", analisou.
Comentando sobre a política de Donald Trump, Sachs afirmou que o presidente norte-americano, reeleito em 2024, não tem interesse em realocar cadeias produtivas para a Índia. "Trump não quer cadeias de suprimentos. Ele realmente acredita — é uma pessoa muito pouco sofisticada, aliás — que a América deve produzir tudo o que consome", disse. "Ele não entende que a economia mundial não funciona assim."
Segundo Sachs, Trump defende a repatriação de empregos industriais para os Estados Unidos, sem compreender que a globalização já criou uma divisão internacional do trabalho consolidada. "As grandes empresas de tecnologia já estão em outro patamar", concluiu o economista. Assista:
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