Mais de um milhão de novos arquivos do caso Epstein são encontrados
Departamento de Justiça diz que material entregue pelo FBI será analisado e divulgado conforme nova lei de transparência aprovada pelo Congresso
247 - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciou nesta quarta-feira (24) a localização de mais de um milhão de documentos considerados “potencialmente relacionados” às investigações sobre o financista Jeffrey Epstein. Segundo o órgão, o material foi repassado pelo FBI, a polícia federal norte-americana, e será submetido a uma análise detalhada antes de qualquer divulgação pública.
De acordo com o departamento, os arquivos serão tornados públicos “em conformidade com a Lei de Transparência dos arquivos Epstein, as leis vigentes e as ordens judiciais”, respeitando limites legais e a proteção das vítimas envolvidas no caso.
Em uma publicação na rede social X, o Departamento de Justiça afirmou que o trabalho de revisão já está em andamento. “Nossos advogados estão trabalhando ininterruptamente para revisar e fazer as redações legalmente exigidas para proteger as vítimas. Liberaremos os documentos assim que possível. Esse processo pode levar algumas semanas”, informou o órgão.
A nova revelação ocorre um dia após o DOJ tornar público outro grande lote de documentos ligados ao caso. Na terça-feira (23), cerca de 29 mil páginas foram liberadas, incluindo fotos, áudios, vídeos e registros judiciais relacionados às apurações sobre o esquema de tráfico sexual comandado por Epstein.
Entre os documentos divulgados nesta leva mais recente, há referências ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Reportagem do Washington Post aponta que os arquivos indicam o envio, em 2021, de uma intimação judicial à residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, solicitando registros ligados ao processo movido pelo governo contra Ghislaine Maxwell, ex-companheira e cúmplice de Epstein.
O material também reúne e-mails de um procurador federal de Manhattan que tratam da frequência com que Trump teria viajado no avião particular de Epstein. Em uma mensagem datada de janeiro de 2020, o procurador afirma que o então empresário aparecia como passageiro do jato ao menos oito vezes entre 1993 e 1996, incluindo viagens nas quais havia mulheres jovens a bordo.
Jeffrey Epstein, financista condenado por crimes sexuais, morreu em 2019 dentro de uma prisão federal, em um caso oficialmente classificado como suicídio, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual de menores. As investigações apontaram um esquema que envolvia a exploração de dezenas de vítimas em propriedades do milionário, como uma ilha no Caribe e imóveis em Nova York e na Flórida. Ghislaine Maxwell foi condenada em 2021 por participação direta nos crimes.


