Registros apontam mais voos de Donald Trump em jato de Jeffrey Epstein do que se sabia
Apesar da proximidade revelada pelos registros, autoridades nunca acusaram Trump de qualquer delito criminal relacionado a Epstein
247 - Registros de voo analisados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelam que o ex-presidente Donald Trump viajou no jato particular de Jeffrey Epstein mais vezes do que se sabia até então. As informações aparecem em um e-mail datado de 8 de janeiro de 2020, enviado por um procurador assistente do Distrito Sul de Nova York. Os dados foram divulgados originalmente pela CNN Brasil.
Segundo o e-mail, Trump foi listado como passageiro em “pelo menos oito voos entre 1993 e 1996, incluindo pelo menos quatro voos nos quais (Ghislaine) Maxwell também estava presente”. Em um dos trechos de 1993, Trump e Epstein “são os únicos dois passageiros listados; em outro, os únicos três passageiros são Epstein, Trump e a então jovem de 20 anos”.
O procurador destacou ainda que, em outros dois voos, constavam mulheres que “poderiam ser testemunhas em um caso Maxwell”. Ele acrescentou que a equipe havia finalizado a análise de “mais de 100 páginas com letras muito pequenas”, reforçando que o objetivo era evitar que novas descobertas fossem “uma surpresa no futuro”.
Apesar da proximidade revelada pelos registros, autoridades nunca acusaram Trump de qualquer delito criminal relacionado a Epstein. O simples fato de seu nome aparecer nos documentos, por si só, não implica envolvimento em crimes.
Trump e Epstein tiveram uma relação social duradoura nos anos 1990 e início dos anos 2000, registrada em fotos, eventos e depoimentos públicos. Contudo, o ex-presidente afirma que se distanciou do empresário antes de sua prisão e morte, e hoje minimiza qualquer vínculo entre os dois. Ele já se referiu a Epstein como “nojento” e disse que “não era fã”.
Uma investigação da CNN, baseada em documentos judiciais, entrevistas e outras fontes públicas, aponta que a relação entre os dois foi mais próxima e prolongada do que Trump costuma admitir. A revisão contínua de arquivos do caso segue revelando novos detalhes sobre os círculos sociais do financista acusado de abuso e tráfico sexual de menores.


