“O Trump virou meu amigo”, diz Lula
Presidente afirma que diálogo com o presidente dos Estados Unidos evitou tensões e aposta na palavra como instrumento central da política internacional
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que mantém uma relação de diálogo direto e amistoso com Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, e descartou qualquer cenário de confronto entre os dois países. Segundo Lula, a aproximação se deu por meio da conversa e da disposição política de resolver divergências sem o uso da força.
A declaração foi feita durante entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto. Ao comentar as expectativas de embates diplomáticos, Lula ironizou as previsões e ressaltou a mudança no relacionamento com Trump. “Todos vocês pensaram que eu ia entrar em guerra com o Trump. O Trump virou meu amigo. Com um pouco de conversa”, afirmou.
O presidente destacou que a maturidade política e pessoal tem sido determinante para a condução do diálogo entre os dois chefes de Estado. “Dois homens de 80 anos de idade, não tem porque brigar. Estamos conversando direitinho”, disse Lula, ao reforçar que não há espaço para escaladas de tensão entre Brasil e Estados Unidos.
Em tom descontraído, Lula afastou qualquer hipótese de conflito militar ou pressão externa. “Tudo vai se acertar, sem nenhum tiro, nenhuma arma, nenhum navio bloqueando a costa brasileira”, declarou, ao enfatizar que a relação bilateral está sendo conduzida por vias diplomáticas.
O presidente também relatou uma conversa direta com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, na qual defendeu a centralidade do diálogo na política internacional. “Eu disse para o presidente Trump: o poder da palavra é mais forte do que qualquer arma que vocês possam ter, é só saber utilizá-lo”, afirmou. Segundo Lula, a aposta na negociação pode contribuir para resolver impasses históricos. “A gente vai conseguir resolver grande parte dos problemas que a gente tem na política”, concluiu.
A aproximação entre os dois presidentes ocorreu após meses de negociações entre as equipes diplomáticas para a retirada do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra o Brasil.



