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Palestina pede ação internacional contra expansionismo do Estado sionista

Autoridades alertam para violações do direito internacional e cobram intervenção para conter colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental

Cisjordânia (Foto: Divulgação )

247 - A liderança palestina voltou a conclamar a comunidade internacional a agir diante do avanço da colonização israelense em territórios ocupados, alertando para o agravamento da situação humanitária e política na região. Segundo autoridades palestinas, a estratégia expansionista adotada por Israel afronta diretamente o direito internacional e ameaça qualquer perspectiva de paz duradoura.

De acordo com a agência Prensa Latina, o porta-voz oficial da Presidência Palestina, Nabil Abu Rudeineh, afirmou em comunicado que a recente decisão do governo de Benjamin Netanyahu de legalizar 19 postos avançados instalados por extremistas judeus em território palestino representa um desafio aberto às normas internacionais. Embora a Organização das Nações Unidas considere ilegais todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, as autoridades israelenses fazem distinções internas entre os que seriam autorizados e os não autorizados.

Abu Rudeineh advertiu ainda para o que descreveu como um quadro de destruição generalizada em Gaza, além de ataques contínuos do Exército israelense nos territórios ocupados. Ele mencionou a demolição de casas na Cisjordânia, o deslocamento forçado de moradores palestinos e o que classificou como terrorismo sistemático praticado por colonos. Diante desse cenário, o porta-voz apelou aos Estados Unidos, principal aliado de Israel, para que intervenham de forma imediata com o objetivo de evitar o colapso do cessar-fogo em Gaza e pôr fim às incursões militares na Cisjordânia.

No mesmo contexto, o presidente do Conselho Nacional Palestino, Rawhi Fattouh, manifestou forte reprovação ao apoio do embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, à legalização dos 19 postos avançados. Fattouh descreveu a posição do diplomata como uma “violação flagrante do direito internacional”, criticando a tentativa de justificar a medida como algo que não configuraria anexação ou declaração de soberania.

Para o dirigente palestino, essa argumentação representa uma manipulação deliberada da terminologia jurídica e política. Ele denunciou os assentamentos como parte inseparável da ocupação israelense e afirmou que a expansão dessas estruturas compromete diretamente o direito do povo palestino à autodeterminação.

O posicionamento palestino é reforçado por decisões recentes no âmbito internacional. Em 19 de julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça declarou ilegal a ocupação da Cisjordânia, determinando o fim dos assentamentos e a evacuação dos colonos israelenses. Atualmente, mais de 750 mil judeus vivem nesse território, incluindo Jerusalém Oriental, distribuídos em mais de 180 assentamentos e cerca de 250 postos avançados, segundo dados oficiais.

Também em julho, o Parlamento israelense aprovou uma moção não vinculativa que defende a anexação da Cisjordânia, região considerada ocupada ilegalmente de acordo com o direito internacional, aprofundando as tensões e as críticas da comunidade internacional sobre o futuro do conflito.

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