Protestos em Oslo contestam Nobel da Paz concedido a María Corina Machado
Mobilizações na capital norueguesa denunciam contradição do prêmio e criticam escolha de figura da ultradireita venezuelana
247 - Em uma tarde gelada na capital norueguesa, centenas de manifestantes se reuniram diante do Instituto Nobel para criticar a entrega do Prêmio da Paz a María Corina Machado, figura da ultradireita da Venezuela. O episódio marcou uma forte reação internacional à decisão do comitê, relata a teleSUR.
A manifestação em Oslo refletiu um sentimento de indignação compartilhado por movimentos de solidariedade, plataformas pacifistas e setores sociais de diversos países. A escolha da dirigente venezuelana, aliada às estratégias de pressão dos Estados Unidos contra a Venezuela, foi classificada pelos manifestantes como incompatível com o legado do prêmio.
Diante do edifício que abriga o comitê responsável pela premiação, ativistas de várias nacionalidades denunciaram o que consideram uma afronta ao espírito do Nobel da Paz. Uma porta-voz de organizações internacionais de solidariedade afirmou à teleSUR: “María Corina Machado não representa paz. Representa agressão militar, imperialismo e intervencionismo. Este prêmio é falso no contexto da expansão das guerras e das operações militares ocidentais".
A controvérsia também repercutiu dentro da própria Noruega. Apesar de uma parte da sociedade conhecer a realidade venezuelana e o papel dos movimentos sociais bolivarianos, organizações ouvidas pela teleSUR apontaram que a opinião pública norueguesa tem sido moldada pela influência midiática dos Estados Unidos. Fontes consultadas confirmaram, ainda, que a decisão provocou desconforto no governo social-democrata do país, já que grande parte dos convidados oficiais da cerimônia integra partidos de direita. O episódio expõe um choque entre a histórica diplomacia de paz norueguesa e o alinhamento crescente com a agenda geopolítica de Washington.
Mais cedo, diversas organizações civis anunciaram que recorrerão a mecanismos legais disponíveis na Suécia para solicitar a anulação do prêmio. Os grupos alegam que María Corina Machado não cumpre os critérios estabelecidos por Alfred Nobel, que determinam a premiação de figuras comprometidas com a fraternidade entre nações, a redução dos exércitos permanentes e o fortalecimento de processos de paz.
Para movimentos sociais e plataformas pacifistas que se mobilizaram em Oslo e em outros países, a premiação representa um endosso a lideranças que apoiaram sanções, bloqueios, apelos à intervenção militar e ações de violência política contra a Venezuela. O episódio, amplamente questionado, reforça um debate internacional sobre o uso político do Nobel da Paz e seus impactos sobre regiões sujeitas a pressões externas crescentes.



