Trump ameaça sanções a “qualquer um que fizer negócios com a Rússia”
Presidente demonstrou apoio a um projeto "muito rigoroso" em tramitação no Congresso que prevê sanções a países que negociam com a Rússia
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar neste domingo (16) impor sanções a todos os países que fazem negócios com a Rússia. Ao ser questionado por jornalistas sobre uma Lei do Congresso que “pressionaria a Rússia”, Trump demonstrou apoio à iniciativa. As informações são da RT.
“Ouvi dizer que estão fazendo isso, e por mim tudo bem”, disse. Ele ressaltou que o projeto seria “muito rigoroso” . Ao citar a possibilidade de incluir o Irã, acrescentou: “Podem incluir o Irã nessa lista (…). Eu sugeri”. Na sequência, o presidente subiu o tom. “Qualquer país que faça negócios com a Rússia será severamente sancionado”.
Propostas de novas punições
As tratativas mencionadas envolvem uma proposta apresentada pelo republicano Lindsey Graham e pelo democrata Richard Blumenthal, que autorizaria a aplicação de tarifas secundárias de pelo menos 500% a países como China, Índia e Brasil, hoje ainda comercialmente ligados a Moscou. O texto também poderia elevar para 500% ou mais as tarifas sobre produtos russos remanescentes no mercado americano.
No fim de outubro, o líder da maioria no Senado, John Thune, disse que o projeto foi momentaneamente suspenso, embora continue em pauta e possa avançar. Mesmo sem novas medidas aprovadas, Washington já ampliou recentemente seu cerco econômico.
Em 22 de outubro, os EUA impuseram sanções à Rosneft, à Lukoil e a 34 subsidiárias das empresas, alegando falta de empenho russo em negociações que pudessem encerrar o conflito na Ucrânia.
O secretário de Estado, Marco Rubio, admitiu em 13 de novembro que o arsenal de sanções praticamente chegou ao limite. Segundo ele, as possibilidades de impor novas restrições se tornaram “muito limitadas”.
Moscou diz estar aberta ao diálogo
Apesar da escalada de pressões, autoridades russas insistem que o país mantém disposição para negociar. Em setembro, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, advertiu que a Ucrânia pode acabar voltando à mesa de diálogo em condições mais desfavoráveis caso continue evitando negociações.
O presidente russo, Vladimir Putin, tem argumentado reiteradamente que um acordo duradouro depende de abordar as causas estruturais do conflito, incluindo a expansão da OTAN e o tratamento dado às populações russófonas no território ucraniano.
Peskov também criticou a política de sanções como contraproducente, afirmando em junho que se trata de “uma faca de dois gumes”. “Quanto mais severo o pacote de sanções, que consideramos ilegal, mais severo o golpe no ombro, como um tiro”, disse. Ele destacou que Moscou só aceitará negociar diante de “lógica e argumentos”, e não mediante “qualquer tipo de pressão ou força”.


