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Trump classifica grandes emissoras como ‘braço do Partido Democrata’ e prega redução das redes

O atual presidente dos Estados Unidos acusou ABC e NBC de atuar como propaganda da oposição

Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua ofensiva contra a imprensa hegemônica ao classificar as redes ABC e NBC como meros porta-vozes do Partido Democrata. Segundo reportagem veiculada pela RT, o mandatário acusou as emissoras de disseminar "fake news" e defendeu abertamente que o alcance dessas empresas seja reduzido, em vez de ampliado.

As declarações marcam mais um capítulo na escalada de tensão entre a Casa Branca e os grandes veículos de comunicação, aos quais Trump atribui uma cobertura sistematicamente distorcida para favorecer seus opositores políticos.

Ataque via redes sociais

Em publicação realizada no domingo em sua plataforma Truth Social, Trump reagiu a informes sobre possíveis mudanças regulatórias que beneficiariam as redes de TV. O presidente foi enfático ao rejeitar qualquer medida que fortaleça o que chama de mídia de esquerda.

“Se isso também permitir que as Redes de Esquerda Radical ‘aumentem’, não ficaria feliz. ABC e NBC, em particular, são um desastre – UM BRAÇO VIRTUAL DO PARTIDO DEMOCRATA”, escreveu o presidente. Ele completou com uma diretriz clara: “Elas devem ser vistas como uma campanha ilegal para a Esquerda Radical. NENHUMA EXPANSÃO DAS REDES DE FAKE NEWS. Se for para fazer algo, tornem-nas MENORES!”.

Pressão sobre a FCC

O estopim para o novo ataque foi uma reportagem do site Newsmax, indicando que Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), estaria se movendo para dar às redes de televisão maior alcance e avançar em fusões corporativas, como a da Nexstar Media Group com a Tegna Inc.

A retórica de Trump sinaliza um endurecimento no controle sobre a imprensa por parte de sua administração. O alvo não se restringe aos noticiários: após o comediante Jimmy Kimmel fazer piadas sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk, Carr ameaçou revisar — e potencialmente revogar — as licenças de transmissão das estações locais de propriedade da ABC.

Disputa pelas concessões

Na semana passada, Trump já havia renovado seu apelo para que a FCC revogasse licenças ligadas à ABC. O conflito se agravou após um repórter da emissora pressionar o presidente sobre o manuseio de arquivos relacionados ao financista Jeffrey Epstein, questionamento que Trump classificou como uma narrativa politicamente motivada.

Embora a comissária da FCC, Anna Gomez, tenha alertado que a revogação de licenças baseada em perguntas jornalísticas não teria sustentação legal, o chefe do órgão regulador, Brendan Carr, mantém o tom de ameaça. Ao ser questionado sobre as demandas de Trump, Carr reiterou a necessidade de fortalecer os padrões de interesse público para as emissoras, afirmando que a comissão permanece "de mente aberta".

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