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Bolsas dos EUA oscilam perto de recordes com alta de tecnologia e commodities

Otimismo sazonal impulsiona Wall Street enquanto ouro e prata atingem máximas históricas

Bolsa de Nova York - 04/04/2024 (Foto: REUTERS/Andrew Kelly)

247 - Os mercados acionários dos Estados Unidos oscilaram próximos de níveis recordes em um pregão de baixa liquidez, típico do período de festas de fim de ano. Investidores dividiram a atenção entre ações de tecnologia, expectativas sazonais positivas e uma forte valorização das commodities, em um cenário marcado por cautela e seletividade.

O índice S&P 500 encerrou o dia praticamente estável, enquanto o Nasdaq 100 recuou 0,1%. Entre os setores do S&P 500, materiais e tecnologia lideraram os ganhos, ao passo que consumo discricionário e energia registraram desempenho negativo.

O avanço das commodities foi um dos principais destaques do pregão. Metais preciosos alcançaram novos recordes históricos, com ouro, prata e platina em forte alta. O movimento impulsionou ações de mineradoras, beneficiadas pela busca por ativos considerados mais seguros em meio a tensões geopolíticas e à desvalorização do dólar. O ouro à vista subiu 1,1% e chegou a superar US$ 4.530 por onça ao longo do dia.

No setor de tecnologia, as ações da Nvidia avançaram após uma avaliação positiva do mercado sobre um acordo de licenciamento com a startup de inteligência artificial Groq. O segmento de IA segue no radar dos investidores, embora com maior escrutínio sobre preços e fundamentos, especialmente diante das incertezas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos.

O otimismo de curto prazo também foi sustentado pela expectativa de um chamado “rali do Papai Noel”, expressão usada para descrever a tendência histórica de alta nas bolsas nos últimos pregões de dezembro e nos primeiros dias de janeiro. A combinação de indicadores de mercado mais amplos e sinais de alívio inflacionário tem reforçado essa percepção.

No mercado de energia, o petróleo avançou em direção ao maior ganho semanal desde outubro. Os preços reagiram a preocupações com a oferta global, incluindo relatos de restrições a embarques de petróleo da Venezuela e uma ação militar dos Estados Unidos contra um grupo classificado como terrorista na Nigéria.

Até terça-feira (24), o S&P 500 acumulava alta próxima de 18% no ano, registrando o terceiro ano consecutivo de ganhos de dois dígitos. Projeções de mercado indicam continuidade do movimento em 2026, sustentadas pela expectativa de crescimento dos lucros corporativos, após receios anteriores de que as ações de tecnologia teriam se distanciado excessivamente dos fundamentos durante o boom da inteligência artificial.

Para analistas, 2026 tende a ser um ano decisivo para comprovar se os investimentos em inteligência artificial e outras frentes de inovação serão capazes de gerar ganhos concretos de produtividade e margens mais elevadas para as empresas.

Entre notícias corporativas, as ações da Target chegaram a subir até 6,7% após a divulgação de um investimento relevante de um fundo de gestão de ativos na companhia. Já os papéis da Warner Bros. Discovery recuaram diante de informações sobre o possível abandono de uma oferta de aquisição e a perspectiva de disputa judicial. As ações da Coupang avançaram 6,4% após a empresa identificar um ex-funcionário acusado de acessar indevidamente dados pessoais de cerca de 33 milhões de clientes. A Biohaven apresentou forte volatilidade após um estudo de fase intermediária de um tratamento experimental contra depressão não atingir seu objetivo principal.

Fora do mercado financeiro, uma forte tempestade de inverno provocou transtornos no nordeste dos Estados Unidos. Centenas de voos foram cancelados nos principais aeroportos de Nova York, enquanto autoridades meteorológicas previram a ocorrência de entre 13 e 23 centímetros de neve entre a tarde de sexta-feira (26) e a madrugada de sábado (27).

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