Concorrência em xeque: Petlove contesta proposta de remédio para fusão Petz e Cobasi
Proposta sugere um desinvestimento de ativos menor do que o já discutido anteriormente, sendo insuficiente para manter o equilíbrio do setor
247 - O mercado de varejo pet vive um momento de forte apreensão com o julgamento do Ato de Concentração que envolve a união dos negócios entre Petz e Cobasi pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), marcado para a manhã desta quarta-feira (10). Terceira interessada no processo, a Petlove protocolou uma petição na terça-feira (9) contestando veementemente a proposta de remédio que circula no mercado, de acordo com notícias veiculadas na imprensa, para destravar a operação: a venda de até 28 lojas das duas redes. Segundo a Petlove, essa medida seria ineficaz e insuficiente para mitigar o risco à concorrência.
No documento, a Petlove baseia sua argumentação em notícias de mercado que sugerem que a proposta do CADE de alienar 28 lojas onde a nova companhia teria mais de 40% do mercado é inferior ao número de fechamentos já previsto em relatório do Grupo XP - segundo maior acionista da Petz. Em documento publicado em julho de 2024, a XP relatou que a sobreposição das lojas é tão alta – 76% das lojas Petz estão a menos de 5 km de uma Cobasi – que, neste cenário, estimou-se o fechamento de aproximadamente 38 lojas, sendo 25 delas apenas na cidade de São Paulo. Às 19h de terça-feira, a XP, em comunicado a seus investidores, reiterou que espera o fechamento de 38 lojas. Portanto, a venda de apenas 28 unidades apenas facilitaria a "racionalização de lojas" pretendida pelas empresas, sem criar um rival de fato no mercado.
A petição da Petlove conclui que a venda isolada dessas lojas, sem a formação de um pacote robusto de ativos e a transferência garantida de market share para um comprador com capacidade de se tornar um rival efetivo, resultará no mesmo cenário: o fechamento de estabelecimentos e um grave prejuízo à concorrência e ao consumidor. A empresa defende, mais uma vez, a necessidade de um remédio estrutural que garanta a manutenção da rivalidade, reforçando suas preocupações sobre o futuro do varejo pet no Brasil.
“A única alternativa possível para a aprovação da operação pelo CADE é mediante a imposição de remédios estruturais robustos capazes de criar um concorrente viável e efetivo. Desta forma, o desinvestimento deve trazer medidas que garantam uma efetiva transferência de share para o comprador, assegurando a transferência de uma unidade de negócios completa e operacionalmente autônoma, capaz de replicar a disciplina competitiva, sendo certo que o adquirente desses ativos deve ter plenas condições de gerir o negócio de forma a se tornar um competidor efetivo”, conclui a Petlove.



