ONS prevê R$ 28 bilhões para reforçar sistema elétrico até 2030
Plano detalha expansão da transmissão e projeta crescimento da demanda e das fontes renováveis no SIN
247 - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou, na terça-feira (16), os resultados do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo (PAR/PEL) 2025, documento que orienta o planejamento da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) no período de 2026 a 2030. O estudo estima investimentos totais de R$ 28,1 bilhões em obras de transmissão consideradas essenciais para garantir a segurança e a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro ao longo da próxima década.
As informações constam de reportagem publicada pela Agência iNFRA, que detalha a abrangência do plano e os principais indicadores técnicos do planejamento. Segundo o ONS, do montante previsto, R$ 22,7 bilhões correspondem a empreendimentos indicados pela primeira vez, evidenciando a necessidade de ampliação significativa da infraestrutura diante do crescimento da carga e da expansão das fontes renováveis.
O conjunto de projetos mapeados no PAR/PEL 2025 inclui a implantação de aproximadamente 5.301 quilômetros de novas linhas de transmissão e a ampliação de 24.314 megavolt-ampères (MVA) na capacidade de transformação em subestações. Com isso, a malha de transmissão deve crescer 3% em extensão, enquanto a potência nominal instalada de transformadores da Rede Básica e da Rede Básica de Fronteira tende a avançar 5,7% em relação à infraestrutura atualmente disponível.
No horizonte de planejamento, a demanda máxima do SIN é projetada em cerca de 129 gigawatts (GW) em 2030, o que representa um aumento de 17% frente ao pico observado em 2025. Para atender a esse crescimento, a capacidade instalada total do sistema deve alcançar 269 GW, com forte presença das fontes renováveis. De acordo com o estudo, aproximadamente 60 GW deverão ser provenientes de usinas eólicas e solares centralizadas até o fim da década.
O plano também aponta para a ampliação dos limites de intercâmbio de energia entre os subsistemas regionais. A capacidade de recebimento da região Sul a partir do Sudeste/Centro-Oeste deve crescer em torno de 20% até 2030. Já o intercâmbio entre o Sudeste/Centro-Oeste e as regiões Norte e Nordeste tem previsão de aumento de aproximadamente 25%, condicionado à entrada em operação de novas obras programadas para julho de 2030.
Ao todo, o PAR/PEL 2025 acompanha 480 empreendimentos classificados como prioritários para assegurar a operação do sistema elétrico no médio prazo. Entre os temas analisados, o ONS destaca a tendência de aumento do curtailment — o corte de geração — de fontes eólicas e solares, fenômeno que demanda maior compatibilização entre a expansão da oferta e a capacidade de absorção do sistema. O estudo também avalia os impactos crescentes da geração distribuída sobre a segurança da operação elétrica.
Utilizado como instrumento central de planejamento, o PAR/PEL permite ao ONS projetar o desempenho futuro do SIN em um horizonte de cinco anos, indicando as obras necessárias para atender à evolução da demanda, integrar novas usinas e manter níveis adequados de confiabilidade na operação do sistema elétrico nacional.



