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Rodovia Fernão Dias atrai disputa acirrada no último leilão federal de 2025

Concessão de 570 km entre São Paulo e Belo Horizonte deve movimentar o setor com novo modelo tarifário

Rodovia Fernão Dias atrai disputa acirrada no último leilão federal de 2025 (Foto: Agência Brasil)

247 - O próximo leilão da rodovia Fernão Dias, marcado para quinta-feira (11), tende a mobilizar forte interesse de operadores de infraestrutura. A concessão federal, estruturada como um reequilíbrio contratual, envolve uma rota de alto fluxo e características econômicas consideradas favoráveis pelos analistas do setor.

A disputa ocorrerá sobre um contrato de 15 anos para administrar os 570 km da ligação entre São Paulo e Belo Horizonte, um dos corredores logísticos mais relevantes do país. O desenho da concorrência, somado ao potencial de retorno financeiro, indica um ambiente mais competitivo do que o observado em reequilíbrios anteriores.

Projeto prevê investimentos de R$ 9,5 bilhões e rápida desalavancagem

A concessão exige R$ 9,5 bilhões em investimentos, dos quais cerca de 43% deverão ser executados até o quarto ano. O edital prevê ainda R$ 5,4 bilhões em despesas operacionais ao longo do período.

O corredor, que conecta polos industriais como Betim (MG), tem demanda consolidada, fator que reduz riscos de tráfego. A taxa interna de retorno regulatória projetada é de 11,41%, acima da média registrada em leilões recentes, elevando a atratividade do ativo.

Empresas como Motiva e Ecorodovias são apontadas por especialistas como candidatas com capacidade financeira adequada para o projeto. A projeção de crescimento do EBITDA, impulsionada pelo reajuste tarifário e pela operação imediata de oito praças de pedágio, reforça expectativas de rápida desalavancagem.

Leilão terá critério de desconto tarifário com outorga escalonada

As propostas devem ser entregues segunda-feira (8), e o leilão será realizado três dias depois. O vencedor será definido pelo maior desconto sobre a tarifa básica. Caso o desconto ultrapasse 18%, passa a valer um modelo escalonado de outorga:

  • entre 18% e 23%: acréscimo de R$ 123 milhões por ponto percentual;
  • entre 23% e 30%: R$ 147 milhões por ponto percentual;
  • acima de 30%: R$ 184 milhões por ponto percentual.

Esse formato busca reduzir o risco de lances excessivamente agressivos e incentivar maior racionalidade na definição das ofertas.

Mercado antecipa leilão mais competitivo

Apesar de reequilíbrios anteriores terem registrado baixa competição, a expectativa agora é distinta. A atratividade econômica do projeto, o menor risco de demanda e as novas regras de licitação contribuem para ampliar o número de potenciais participantes.

Entre os nomes mencionados no setor como possíveis ofertantes estão EPR, BTG, XP, Kinea, Arteris e Via Appia. No grupo de companhias listadas em bolsa, a Motiva é vista como candidata particularmente alinhada ao perfil da concessão, devido à sua presença estratégica no Sudeste, às potenciais sinergias com a concessão RioSP e à posição financeira fortalecida após movimentações recentes.

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