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Vale mira reforço de caixa com nova emissão de títulos até 2056

Empresa busca recuperar liquidez após recompra bilionária de debêntures

Sede da mineradora Vale no centro do Rio de Janeiro 20/08/2014 REUTERS/Pilar Olivares/File Photo (Foto: Leonardo Attuch)

247 - A Vale anunciou que prepara uma nova emissão de notes subordinadas com vencimento em 2056, movimento que marca mais um passo de sua estratégia de reorganização financeira. A operação será conduzida pela subsidiária integral Vale Overseas Limited e integra um conjunto de medidas para fortalecer a liquidez após recentes compromissos em caixa.

De acordo com informações divulgadas originalmente pelo Brazil Stock Guide, a mineradora pretende direcionar os recursos captados para finalidades corporativas gerais, incluindo a recomposição do montante utilizado na oferta pública voluntária de recompra das debêntures participativas da sexta emissão, concluída na terça-feira (5).

A recompra envolveu 89,4 milhões de debêntures – o equivalente a 23,01% dos papéis em circulação –, ao custo de aproximadamente R$ 3,75 bilhões. Embora a operação tivesse potencial para alcançar R$ 16,3 bilhões caso todos os detentores aderirem ao preço ofertado de R$ 42 por título, pouco mais de um quarto aceitou as condições, o que evidenciou o caráter voluntário da operação e o peso histórico desses papéis no pós-privatização da empresa.

Os novos títulos serão emitidos em caráter subordinado e sem garantias reais, ficando abaixo de todas as obrigações financeiras e operacionais atuais e futuras da Vale e da Vale Overseas, exceto instrumentos de igual hierarquia. A oferta será restrita a investidores institucionais qualificados, seguindo a Rule 144A nos Estados Unidos e a Regulation S para demais mercados, sem registro junto à SEC ou à CVM.

A empresa enfatizou que o anúncio não constitui oferta de venda de valores mobiliários, e que qualquer colocação dependerá exclusivamente de um memorando de oferta privada. A emissão reforça a busca por fontes de financiamento de longo prazo, alinhada ao plano de otimização do passivo e ao encerramento de compromissos remanescentes do período de privatização iniciado em 1997.

A movimentação também ocorre em um momento em que a Vale se prepara para ciclos relevantes de investimento em minério de ferro, cobre e metais voltados à transição energética, setores que demandam maior flexibilidade financeira.

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