Vale mira reforço de caixa com nova emissão de títulos até 2056
Empresa busca recuperar liquidez após recompra bilionária de debêntures
247 - A Vale anunciou que prepara uma nova emissão de notes subordinadas com vencimento em 2056, movimento que marca mais um passo de sua estratégia de reorganização financeira. A operação será conduzida pela subsidiária integral Vale Overseas Limited e integra um conjunto de medidas para fortalecer a liquidez após recentes compromissos em caixa.
De acordo com informações divulgadas originalmente pelo Brazil Stock Guide, a mineradora pretende direcionar os recursos captados para finalidades corporativas gerais, incluindo a recomposição do montante utilizado na oferta pública voluntária de recompra das debêntures participativas da sexta emissão, concluída na terça-feira (5).
A recompra envolveu 89,4 milhões de debêntures – o equivalente a 23,01% dos papéis em circulação –, ao custo de aproximadamente R$ 3,75 bilhões. Embora a operação tivesse potencial para alcançar R$ 16,3 bilhões caso todos os detentores aderirem ao preço ofertado de R$ 42 por título, pouco mais de um quarto aceitou as condições, o que evidenciou o caráter voluntário da operação e o peso histórico desses papéis no pós-privatização da empresa.
Os novos títulos serão emitidos em caráter subordinado e sem garantias reais, ficando abaixo de todas as obrigações financeiras e operacionais atuais e futuras da Vale e da Vale Overseas, exceto instrumentos de igual hierarquia. A oferta será restrita a investidores institucionais qualificados, seguindo a Rule 144A nos Estados Unidos e a Regulation S para demais mercados, sem registro junto à SEC ou à CVM.
A empresa enfatizou que o anúncio não constitui oferta de venda de valores mobiliários, e que qualquer colocação dependerá exclusivamente de um memorando de oferta privada. A emissão reforça a busca por fontes de financiamento de longo prazo, alinhada ao plano de otimização do passivo e ao encerramento de compromissos remanescentes do período de privatização iniciado em 1997.
A movimentação também ocorre em um momento em que a Vale se prepara para ciclos relevantes de investimento em minério de ferro, cobre e metais voltados à transição energética, setores que demandam maior flexibilidade financeira.



