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Galípolo nega em off pressão de Moraes sobre Master, mas decide não soltar nota pública

Presidente do Banco Central admite conversas com ministro do STF, mas afirma a interlocutores que nunca houve interferência no caso do banco

São Paulo (SP) - 11/08/2025 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

247 – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, decidiu não divulgar nota oficial sobre seus contatos com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apesar do aumento da repercussão política e midiática envolvendo o caso do Banco Master. Segundo reportagem do site Poder360, Galípolo tem afirmado, em conversas reservadas, que nunca sofreu qualquer tipo de pressão do ministro em relação ao banco, embora reconheça que manteve diversos diálogos com Moraes ao longo do período.

De acordo com o Poder360, Galípolo confirmou a interlocutores que falou várias vezes com Alexandre de Moraes, mas sustenta que os assuntos tratados foram variados e não se restringiram — nem se concentraram — na situação do Banco Master. Segundo essa versão apresentada em off, parte relevante das conversas teria tratado da Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite sanções contra autoridades acusadas de violações de direitos humanos ou corrupção.

Ainda segundo a reportagem, Galípolo nega categoricamente que Alexandre de Moraes tenha feito qualquer tipo de pressão para evitar a intervenção ou a liquidação do Banco Master. Apesar disso, o presidente do Banco Central optou por não se manifestar publicamente nem divulgar nota oficial para esclarecer o conteúdo das conversas, estratégia que tem sido interpretada em Brasília como uma tentativa de evitar a escalada da crise institucional.

Ambiente de tensão

A decisão do Banco Central de não se pronunciar oficialmente ocorre em meio ao avanço de pressões políticas e parlamentares. O caso já motivou manifestações públicas de senadores, comentários duros de colunistas da grande imprensa e o anúncio de iniciativas no Congresso para investigar contratos milionários envolvendo o escritório de advocacia da esposa de Alexandre de Moraes e o Banco Master.

Mesmo negando em off qualquer interferência indevida, a opção de Galípolo pelo silêncio institucional mantém o ambiente de tensão e alimenta questionamentos sobre transparência, governança e os limites da relação entre o Judiciário e a autoridade monetária, num momento em que o Banco Central está sob forte escrutínio público.

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