Ministros do STF se mobilizam para destravar indicação de Messias
Corte vê motivação política na resistência à indicação de Messias e atua nos bastidores para influenciar o Senado
247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal iniciaram uma articulação intensa para ajudar Jorge Messias, atual advogado-geral da União, a reunir votos suficientes no Senado e avançar na disputa por uma cadeira na Corte.
Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, integrantes do Supremo avaliam que a resistência ao nome de Messias tem origem política, e não técnica. Para ministros, a pressão exercida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi determinante para travar o processo, já que ele defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado.
Impasse político expõe divergências entre Poderes
A sabatina de Messias está marcada para 10 de dezembro, mas o clima entre parlamentares indica dificuldade real de aprovação. Dentro do STF, ministros reforçam que a indicação é prerrogativa exclusiva do presidente da República e que, após o anúncio do escolhido, cabe ao Senado avaliar o currículo sem interferências políticas.
Esse entendimento, porém, esbarra na atuação de Alcolumbre, que já havia demonstrado força política ao adiar por meses, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a votação do nome de André Mendonça para a Corte. Agora, o cenário se repete, mas com o risco mais elevado de rejeição.
Messias admite dificuldade na busca por votos
Em meio às incertezas, Messias reconheceu a complexidade das negociações. Em declaração feita na terça-feira (26), afirmou que a busca por apoio no Senado “não está fácil”, declaração que reverberou entre aliados e intensificou a mobilização no Supremo.
Apesar da resistência, ministros passaram a defender dentro e fora da Corte que a escolha seja respeitada. Para eles, a interferência direta do Senado na definição seria uma ruptura institucional.
Pressão por Pacheco influencia clima no Senado
A preferência inicial de parte do STF e do Senado pelo nome de Rodrigo Pacheco contribuiu para aumentar a tensão política. A expectativa de que Lula optaria por um aliado de Alcolumbre acabou ampliando o desgaste quando o presidente oficializou a indicação de Messias.
Nos bastidores,segundo a reportagem, ministros têm buscado interlocutores estratégicos entre líderes partidários, na tentativa de reduzir resistências e garantir que a votação ocorra sem novos adiamentos.



