STF vê pressão "descabida" de Alcolumbre contra Messias
Para integrantes da Corte, presidente do Senado "passará do ponto" se impuser uma derrota ao indicado de Lula
247 - A articulação para derrubar a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem provocado forte reação dentro da própria Corte. Ministros consideram inadequado o movimento que vem sendo conduzido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Segundo a CNN Brasil, embora parte dos magistrados veja com bons olhos o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a manobra para acelerar o processo no Senado, ignorando a posição do Palácio do Planalto, é tratada como algo “descabido”. A sabatina foi marcada para 10 de dezembro, mesmo diante da divergência aberta com o governo federal, que deseja mais tempo para articular a aprovação de Messias.
Nos bastidores do Supremo, o entendimento é de que Alcolumbre corre o risco de “passar do ponto” caso avance na estratégia de inviabilizar Messias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deixou claro que, se o advogado-geral da União for rejeitado, não pretende indicar Pacheco — nome defendido por Alcolumbre e setores do Senado.
A avaliação entre ministros é que a disputa tende a prolongar um ruído institucional. A memória recente reforça esse temor: até hoje, a relação entre Alcolumbre e o ministro André Mendonça permanece desgastada, após o então presidente da CCJ segurar por meses a sabatina do indicado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nesse contexto, integrantes do STF atuam para distensionar o ambiente político. Entre os magistrados mencionados como defensores ativos da aprovação de Messias estão André Mendonça, Gilmar Mendes e Flávio Dino.



