Castro reafirma confiança no STF e na PF após prisão de Rodrigo Bacellar
Governador do Rio declara que órgãos federais conduzem investigação com isenção e responde a questionamentos do ministro Alexandre de Moraes
247 - Dois dias após a prisão do deputado estadual Rodrigo Bacellar (União) — presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro — o governador Cláudio Castro (PL) rompeu o silêncio e comentou o caso. O Palácio Guanabara se manifestou por meio de nota oficial nesta sexta-feira (5).
Castro afirma manter “confiança na condução técnica e imparcial do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal”, responsáveis pela investigação. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após representação da PF que apontou suspeita de vazamento de informações sigilosas por parte de Bacellar para o então deputado TH Jóias (MDB), preso em setembro.
O governador declarou acompanhar “os fatos, ocorridos na quarta-feira (03/12), com a devida atenção institucional”, destacando que Bacellar deve ter garantido o devido processo legal. A manifestação ocorre em meio a questionamentos feitos por Moraes a três órgãos estaduais: o Proderj, a Secretaria de Planejamento e Gestão — ambos vinculados ao SEI-RJ — e a Imprensa Oficial do Estado, responsável pelo Diário Oficial.
A decisão do STF determinou o envio de logs de acesso, documentos, assinaturas e registros de usuários envolvidos na exoneração do então secretário estadual de Esporte e Lazer, Rafael Picciani (MDB). A medida ocorreu no mesmo dia em que TH Jóias — suplente de Picciani — foi preso por suspeita de ligação com o Comando Vermelho. Para a Polícia Federal, a “célere manobra regimental” demonstrou uma tentativa de “controle de danos”, sugerindo que o suposto vazamento teria como objetivo proteger agentes políticos aliados.
Castro afirmou que todos “os esclarecimentos solicitados pelo STF ao Executivo já foram respondidos, reafirmando nosso compromisso com a legalidade, a transparência e o pleno funcionamento das instituições”.
Além da prisão de Bacellar, Moraes também impôs medidas cautelares ao assessor Thárcio Nascimento Salgado, acusado de fornecer suporte logístico para que TH Jóias se escondesse antes da operação que o deteve. Mensagens apreendidas mostram o assessor indicando bloco e apartamento que coincidem com o endereço onde o então deputado foi encontrado pela PF na Barra Olímpica, em 3 de setembro.
A prisão preventiva do presidente da Alerj foi fundamentada tanto no relatório da Polícia Federal — que indicou o vazamento na Operação Zargun — quanto em parecer da Procuradoria-Geral da República. A PGR considerou medidas alternativas “insuficientes para conter o perigo apresentado à ordem pública, à instrução processual e à aplicação da lei penal”, e destacou risco de fuga, devido à “situação financeira” e à “extensa rede de contatos” de Bacellar, além da possibilidade de intimidação de testemunhas.
A determinação do STF incluiu ainda o afastamento imediato de Bacellar da presidência da Alerj e autorizou buscas e apreensões em endereços ligados ao deputado — no Rio, Campos dos Goytacazes e Teresópolis —, a Thárcio, em Mangaratiba, e a TH Jóias, que permanece preso no Recreio dos Bandeirantes.



