Lula diz que sua base precisa de candidato forte em São Paulo e que vai ouvir Haddad e Alckmin
“Precisamos de um candidato a governador em São Paulo forte e um candidato ao Senado forte”, afirmou o presidente
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que a construção do cenário eleitoral em São Paulo exigirá diálogo e respeito às decisões individuais das principais lideranças do campo governista. Ao comentar a sucessão estadual, Lula destacou a necessidade de candidaturas fortes tanto para o governo paulista quanto para o Senado, ressaltando que o processo ainda está em fase de articulação.
As declarações foram feitas durante entrevista coletiva concedida pelo presidente no Palácio do Planalto. Na ocasião, Lula falou sobre o papel de ministros e aliados estratégicos no processo eleitoral e citou diretamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) como figuras centrais nas conversas que pretende conduzir.
Segundo o presidente, a definição dos nomes não será imediata. “Tem coisa que precisa ser construída”, afirmou, ao explicar que as decisões dependerão de conversas individuais e do desejo de cada liderança. Lula destacou ainda a relação pessoal e política que mantém com Haddad. “Todos sabem da minha relação com o Haddad, do apreço que tenho por ele”, disse.
O presidente ressaltou que o ministro da Fazenda tem autonomia para decidir seu futuro político. “O Haddad tem maioridade e biografia para decidir o que ele quer fazer”, afirmou. Em tom direto, Lula reconheceu que gostaria de vê-lo disputando um cargo eletivo, mas ponderou que essa escolha cabe exclusivamente ao ministro. “Eu gostaria que ele fosse [candidato]. A que eu não sei, precisaria perguntar para ele”, declarou.
Lula também avaliou como pouco provável um afastamento de Haddad da equipe econômica para retornar à vida privada. “Acho que é impossível imaginar uma pessoa da envergadura do Haddad deixar o Ministério da Fazenda e voltar para casa. Acho que nem eu nem a Ana Estela [esposa do ministro] iríamos gostar”, disse, arrancando risos dos presentes.
Ao ampliar o cenário, o presidente indicou que 2026 será marcado por uma ampla reorganização ministerial em razão das disputas eleitorais. “Quando começar o ano vou chamar muitos ministros que vão sair para serem candidatos e vou decidir com eles o que eles querem fazer. Tem uma enxurrada de ministros que vão sair, pelo menos 18”, afirmou.
Sobre São Paulo, Lula reforçou que pretende ouvir tanto Haddad quanto Alckmin antes de qualquer definição. “Vou conversar com o Haddad e com o Alckmin. São duas pessoas que eu tenho profundo respeito e admiração e vou querer saber se eles querem ser alguma coisa”, declarou. Em seguida, sublinhou o objetivo estratégico do governo e de sua base política no estado. “Acho que precisamos de um candidato a governador em São Paulo forte e um candidato ao Senado forte. Nós temos chance de fazer governador e senador em São Paulo. Agora, não posso impor candidatura de ninguém”, completou.
O presidente explicou que o diálogo se estenderá a todo o primeiro escalão. “Vou sentar com o Haddad e o Alckmin, com o Rui Costa, com a Marina, com o Camilo, com todos os ministros para saber o que eles pretendem fazer”, afirmou. Segundo Lula, a eventual saída desses quadros não comprometerá o funcionamento do governo. “Na hora que eles saírem eu vou ver quem coloco no lugar. Vai ser um ano, do ponto de vista de governança, não vai ser um ano complicado. Tudo que a gente tinha que aprovar já foi aprovado”, concluiu.



