Operação da Polícia Civil mira “delivery” do Comando Vermelho no Complexo da Maré
Ação policial mobiliza unidades especiais no Rio, com relatos de tiros, bloqueios na avenida Brasil e desdobramentos também na zona norte
247 - O Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, amanheceu nesta quarta-feira (17) sob forte presença policial devido a mais uma grande operação da Polícia Civil. A ofensiva tem como foco integrantes do Comando Vermelho suspeitos de envolvimento em crimes como tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e munições e associação criminosa, segundo informações da corporação.
Moradores relataram troca de tiros em áreas como Parque União e Nova Holanda, enquanto registros em redes sociais mostravam viaturas posicionadas desde cedo na avenida Brasil e um intenso deslocamento de agentes pela região. A ação integra uma nova fase da Operação Contenção e ocorre simultaneamente em outros pontos da zona norte da capital fluminense e na região dos Lagos.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação identificou núcleos criminosos estruturados, responsáveis pela circulação de armamentos de alto poder ofensivo, logística de munições e abastecimento do tráfico de drogas. Em nota oficial, a corporação afirmou: "Parte significativa dos alvos está localizada no Complexo da Maré, além de outras áreas da capital, evidenciando a capilaridade da organização criminosa".
A operação conta com a participação de unidades especializadas, como a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e a Delegacia-Geral de Polícia Especializada (DGPE). Na região dos Lagos, equipes atuam na busca por suspeitos apontados como responsáveis por um esquema de entrega de drogas em modelo semelhante a um sistema de “delivery”, abastecendo pontos da zona norte do Rio.
A atual fase da Operação Contenção ocorre após a primeira etapa da ação, realizada em 28 de outubro, nos complexos da Penha e do Alemão. Na ocasião, a operação resultou em 122 mortes, entre elas a de cinco policiais, tornando-se a mais letal já registrada no país, superando o episódio do Carandiru, em 1992, quando 111 detentos foram mortos na antiga Casa de Detenção de São Paulo.
A ofensiva anterior foi considerada um sucesso pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O objetivo declarado era o cumprimento de 69 mandados de prisão em cerca de 180 endereços, conforme noticiado à época. Durante aquela fase, mais de cem fuzis foram apreendidos pelas forças de segurança.



