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Operação no RJ investiga rede de cursos online para desbloqueio de celulares

Ação da polícia mira esquema nacional que usava aulas virtuais para destravar aparelhos e reintroduzi-los no mercado

Sede da Secretaria de Estado de Polícia Civil no RJ (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

247 - A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta segunda-feira (17) uma nova etapa da Operação Rastreio, criada para combater o roubo e o furto de celulares em todo o país. A iniciativa amplia o foco das ações anteriores ao atingir um esquema que se valia de cursos virtuais para desbloqueio de aparelhos.

De acordo com o g1, a Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) cumpre 132 mandados de busca e apreensão em 11 estados. A investigação começou após a prisão, em maio, de Alan Gonçalves, apontado pelos investigadores como um dos principais nomes do desbloqueio remoto de celulares no país.

A partir da prisão, os agentes identificaram uma rede de “clientes” espalhada por diversos estados. Segundo a polícia, Alan não apenas realizava o desbloqueio dos aparelhos como também ministrava aulas on-line com orientações técnicas para destravar diferentes modelos. Ele ainda alegava saber remover IMEIs do Cadastro Nacional de Celulares com Restrição (CNCR), mantido pela Anatel e pelas operadoras, com o objetivo de permitir que aparelhos roubados voltassem a funcionar normalmente.

O IMEI — Identificação Internacional de Equipamento Móvel — é um código numérico de 15 dígitos gravado na placa do celular, funcionando como uma espécie de identidade do aparelho. Com ele, as operadoras conseguem identificar cada dispositivo, independentemente do chip utilizado. Quando o número é bloqueado após roubo ou perda, o aparelho fica inutilizado em outras redes, o que dificulta sua revenda.

As diligências desta fase ocorrem no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia. Os alvos, segundo a investigação, forneciam aparelhos roubados para desbloqueio e participavam da reintrodução desses dispositivos no mercado com aparência de legalidade. Parte dos suspeitos também é investigada por tentar acessar dados bancários das vítimas para realizar empréstimos e transações fraudulentas.

Diversos endereços alvo das buscas funcionam como lojas, boxes e quiosques especializados na revenda de celulares. Os agentes acreditam que esses estabelecimentos desempenhavam papel fundamental na circulação dos aparelhos adulterados, ampliando o alcance da rede criminosa.

Desde o início da Operação Rastreio, mais de 10 mil celulares foram recuperados pela Polícia Civil do RJ, sendo 2.800 devolvidos às vítimas. Mais de 700 pessoas já foram presas por ligação com o esquema de subtração e receptação de dispositivos. A corporação afirma que seguirá investigando toda a cadeia criminosa que movimenta o mercado ilegal de telefones no país.

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