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Pacheco resiste a concorrer ao governo de Minas e dificulta indicação de Messias ao STF

Recusa do senador mantém impasse e aumenta incerteza sobre a aprovação do advogado-geral da União

Lula e Rodrigo Pacheco (Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - A hesitação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em atender ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para disputar o governo de Minas Gerais tem provocado novo desgaste político em Brasília. A resistência de Pacheco pode ampliar as dificuldades para a aprovação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o jornal O Globo, Lula recebeu Pacheco na noite de segunda-feira (17), no Palácio do Planalto, apostando que o senador aceitaria liderar sua chapa em Minas no próximo ano. No entanto, como já havia sinalizado em outras ocasiões, o presidente do Senado reiterou sua intenção de deixar a vida pública ao final do mandato, em 2026. A negativa frustrou expectativas no Planalto e reacendeu preocupações entre aliados próximos do presidente.

Para auxiliares de Lula, um eventual acordo para que Pacheco disputasse o governo mineiro seria interpretado no Senado como um gesto de alinhamento político — especialmente entre parlamentares que trabalham por sua ida ao STF. Sem esse aceno, avalia o governo, resistências à escolha de Messias tendem a ganhar força, tornando o processo de aprovação mais incerto.

Embora Pacheco seja amplamente apoiado entre senadores — posição reforçada pelo próprio presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), em encontro no Alvorada no dia 20 de outubro — Lula não demonstra disposição em alterar sua decisão. Segundo aliados presentes na conversa, o presidente afirmou ao senador que seguiria com “outro caminho” para o Supremo, referência direta à sua preferência por Jorge Messias.

Se tiver o nome confirmado, Messias ainda enfrentará sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado antes de ser submetido ao voto no plenário, onde precisará do apoio de pelo menos 41 parlamentares. A recente votação que reconduziu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acendeu um alerta adicional entre governistas: Gonet foi aprovado por 45 votos a 26, no placar mais apertado desde a redemocratização — sinal de um Senado mais imprevisível e menos alinhado ao Executivo.

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