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PF diz que presidente da Alerj ajudou TH Joias a fugir e ocultar provas

Ministro do STF Alexandre de Moraes determinou prisão e afastamento de Rodrigo Bacellar por suspeita de obstrução

Rodrigo Bacellar (Foto: Alerj)

247 - O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil-RJ), tornou-se alvo central de uma investigação da Polícia Federal (PF) que aponta sua participação direta na fuga do deputado estadual TH Joias antes da chegada dos agentes. A operação que apura o caso levou à prisão preventiva de Bacellar nesta quarta-feira (3).

A acusação, de acordo com o Metrópoles, consta da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a prisão de Bacellar. O magistrado destaca que há indícios robustos de que Bacellar teria contribuído para o vazamento de dados sigilosos, frustrando uma ação da PF contra Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, em 3 de setembro de 2025.

Orientação para ocultação de objetos e interferência na investigação

Segundo a Polícia Federal, Bacellar tinha conhecimento prévio da mudança de telefone de TH Joias e chegou a orientá-lo a retirar objetos suspeitos de sua residência. Para os investigadores, a conduta reforça a tese de que o presidente da Alerj atuou para impedir apreensões e interferir no curso da operação.

A corporação destaca que é “inequívoco o conhecimento prévio e o direcionamento das ações de TH pelo deputado estadual Rodrigo Bacellar, agente político anômalo na cadeia hierárquica em que transitam informações sigilosas oriundas dos órgãos estatais”.

Provas incluem imagens, registros e dados de celular

A PF afirma que os indícios de materialidade e autoria estão “inequivocadamente comprovados” por câmeras de segurança, registros de entrada no Condomínio Mansões e informações obtidas no celular apreendido de TH Joias. Em relatório, os investigadores concluíram que “os fatos denotam que a atuação de Rodrigo Bacellar teve o condão de frustar o sucesso da operação policial na apreensão de bens de interesse das investigações subjacentes”.

STF determina prisão preventiva e afastamento do cargo

Além da prisão, Alexandre de Moraes determinou o afastamento imediato de Bacellar da presidência da Alerj. Na decisão, o ministro ressalta a gravidade dos relatos apresentados pela PF.

Segundo Moraes, “os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos, indicando que Rodrigo Bacellar estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações da organização criminosa”.

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