Carol Proner aponta "delinquência judicial" e cobra responsabilização de Moro e da força-tarefa da Lava Jato
Jurista afirma que revelações sobre material apreendido pela PF indicam indústria de chantagem e defende punição aos envolvidos
247 - A jurista Carol Proner afirmou que as revelações envolvendo o material apreendido pela Polícia Federal na 13ª Vara Federal de Curitiba reforçam a necessidade de responsabilização do ex-juiz parcial e hoje senador Sergio Moro (União-PR) e de integrantes da força-tarefa da Lava Jato. Em declaração enviada ao Brasil 247 nesta quarta-feira (17), ela classificou os fatos como expressão de “delinquência judicial” e defendeu punições aos agentes envolvidos.
O posicionamento foi encaminhado após a divulgação de informações sobre documentos, relatórios de inteligência e mídias encontrados pela Polícia Federal durante operação de busca e apreensão na Vara que foi comandada por Moro. O material sustenta suspeitas de escutas ilegais e de práticas de monitoramento contra autoridades com prerrogativa de foro.
Na avaliação da jurista, os avanços institucionais recentes no país precisam ser acompanhados de medidas concretas de responsabilização. “O Brasil conquistou muito com o lema ‘união e reconstrução’, mas precisa avançar na ‘responsabilização’”, afirmou Carol Proner.
Ela foi enfática ao comentar o papel de agentes do sistema de Justiça citados nas investigações. “A turma do ex-juiz de Curitiba, certos procuradores, desembargadores e agentes envolvidos na indústria da chantagem e arapongagem, precisa ser punida”, declarou.
Para caracterizar a gravidade das práticas reveladas, Carol Proner recorreu a um conceito formulado pelo jurista argentino Eugenio Raúl Zaffaroni. “Eugênio Zaffaroni usa uma expressão perfeita para casos assim: delinquência judicial”, afirmou.
As declarações ocorrem em meio às apurações conduzidas no Supremo Tribunal Federal sobre a atuação de Moro e de membros da Lava Jato, a partir de material que permaneceu fora dos autos oficiais por anos. As investigações buscam esclarecer se houve uso ilegal de escutas e retenção indevida de provas envolvendo autoridades, magistrados e agentes públicos.



